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PAI DE ÍCARO

Contra a mentira e preconceito sexual.


A realidade que não é de hoje

Saiu no Fantástico e virou pauta em tudo quanto foi programa de variedades na TV e internet o anúncio da gravidez de gêmeos da atriz Nanda Costa, mulher da percussionista Lanlan. Há um mês, com a morte do humorista Paulo Gustavo, o país conheceu os filhos dele e do marido Thales Breta. Como estamos vendo, filhos de casais de homossexuais são tão normais de se ver e conhecer, como filhos de casais héteros.

E essa realidade não é de hoje. Nas escolas dos filhos e nos locais de trabalho dos pais não causa mais nenhum espanto ou perplexidade uma família formada por filhos de dois pais ou de duas mães. Porém, há quem se coloque contra que essa realidade seja debatida e ensinada nas escolas, "por fazer parte de um tal "kit gay" que estimularia a homossexualidade".

Para início de conversa não existe "kit gay" nenhum incentivando meninos e meninas a gostarem do mesmo sexo. O que foi repassado para professores e orientadores educacionais - repito, professores e orientadores educacionais - foi justamente orientações como tratar o assunto com crianças e seus pais. Nenhuma cartilha foi feita para crianças.

Porém, políticos desesperados e acostumados a fazerem política com mentiras e falsas notícias, tentam a todo custo enganar o eleitor acusando adversários de defenderem o que nunca existiu, mas que parte da sociedade embarca na mentira de que A e B defendem "mamadeira de piroca", e que crianças de seis a 11 anos sejam estimuladas - veja só - nas escolas a serem "mini gays". Um absurdo de fake news.

PAI DE ÍCARO - Ninguém vira hétero ou gay ou deixa de sê-los por meio de aulas nas escolas ou mesmo por pressão de pai machista-opressor-preconceituoso, ainda mais nos tempos atuais em que famílias formada por homossexuais são noticiadas pela imprensa com a maior naturalidade. Não adianta esse pai forçar o filho "Ícaro" a não voar alto rumo à liberdade.

Os idosos com mais de 70 anos que se separaram ou divorciaram há 40 ou 50 anos, sabem bem o discriminação que sofreram da sociedade daquele tempo e a estranheza que seus filhos viveram na escola por serem filhos de pais separados.

Em meados dos anos 80, essa realidade de famílias separadas passou a ser debatida e tratada nas escolas para que novas gerações fossem formadas sem preconceito e discriminação com divorciados e seus filhos. Então, por que, e em pleno ano de 2021, não ensinar para crianças a normalidade de que há coleguinhas que são filhos de pai e mãe, e de pai e pai, e mãe e mãe, e assim formarmos gerações não só sem preconceitos, mas realistas?

Como bem colocou Teresa Surita, há quase 10 anos, durante audiência que discutia na Câmara dos Deputados como tratar questões como essas de formação de família com casais gays, questão de gênero, e de opção sexual, ser muito válido que o Congresso debatesse o assunto, como foi debatido, para que crianças crescessem em ambiente sem preconceitos e sem discriminações contra quem quer que seja.

Do mesmo modo como não adianta querer ensinar ninguém a ser hétero ou gay, não adianta fazer política com mentiras quando a verdade e a realidade da vida desmentem as falsas notícias que são espalhadas. Notícias falsas desmentidas pela realidade que há dentro de casa, no trabalho, e na escola. 


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