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OPINIÃO FORMADA

Polícia Federal tem que entrar no caso.


Ontem foi Jalser, e amanhã, quem será?

O áudio vazado ontem por aliados da candidata Shéridan de Vicentinho em que o presidente da Assembleia Legislativa, Jalser Renier tem uma conversa que supostamente tratava da compra de pesquisa do Ibope é caso para a Polícia Federal investigar, tanto para se verificar crime de fraude eleitoral, como apurar quem grampeou e quem mandou grampear do presidente da ALE.

Que as pesquisas do Ibope só alegraram Otaci Nascimento, contraiando todas as demais pesquisas e demais candidatos à Prefeitura de Boa Vista, já foi dito aqui sobre as duas últimas pesquisas do Ibope. Isso não prova a negociação de dados delas, mas impõe, no mínimo, desconfiança e suspeitas, com a conversa entre Jalser e o ex-jogador Túlio Maravilha, que é amigo pessoal de Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope.

Porém, o mais grave é o fato de que espionagem com grampos provavelmente com uso de instituições públicas para esse crime estão acontecendo. A conversa de Jalser e Túlio foi grampeada e não gravada por um e outro. Há 22 anos, grampos criminosos fizeram parte da eleição de 1998, e isso causou insegurança generalizada nos meios políticos e empresarial do estado por anos.

CHANTAGENS - Grampos em Roraima no início dos anos 2000, operados por agentes públicos da época também serviram para chantagens em troca de dinheiro. Com a desculpa de fazer trabalho de inteligência, um ex-secretário de Segurança grampeou todos os deputados e fez uso disso, intimidando e achacando, inclusive, parlamentares da base governista. As chantagens ocorriam sobre relações extra-conjugais dos deputados.

Não há vantagem para a sociedade um grupo usar o poder público ou dinheiro público para espionar adversários e fazer uso disso manipulando a opinião dela enquanto esconde suas deficiências e casos de improbidades.

A conversa grampeada entre Jalser e Túlio pode ser investigada pela polícia, desde que não tenha sido essa polícia ou policiais voluntariosos os autores do grampo. Por isso a importância de se saber não só quem espionou, mas quem mandou espionar criminosamente um adversário. Grampear com objetivo de prejudicar adversários é crime, e um crime não pode compensar outro. 

Que a Polícia Federal entre no caso. Ontem, foi Jalser Renier grampeado. Amanhã, de repente, até atuais aliados e aliadas de quem mandou grampear podem ter conversas expostas, criminosamente.

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