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JÚNIOR BRASIL

"Quando teu querer é colorido, as cores aparecem"


Ainda sobre as cores de Almodóvar

Júnior Brasil nos presenteou ontem com um belo e tocante texto sobre o seu cotidiano regido pelo "Deus de Almodóvar", em que revela uma realidade da vida, e nos provoca reflexão: "Quando teu querer é colorido, as cores aparecem e se transmutam em composições tão harmoniosamente díspares e tão antagonicamente vivas!"

Primeiro - e talvez único - colunista social a trabalhar remuneradamente com página sobre arte, cultura, política e sociedade em Roraima - já que outros percebiam pelo trabalho via permuta -, Júnior Brasil emprestou seu nome para fortalecer jornais e sites do estado. 

Me lembro quando na reformulação de O Diário de Roraima para o O Díario, da exigência da nova diretoria em tê-lo como colunista social do jornal. Me lembro que foi Júnior Brasil um dos primeiros jornalistas a serem contatados e contratos pelo o que viria a ser o BrasilNorte, do qual fomos colegas de redação, eu editor, e ele já colunista social do jornal.

E Júnior foi o primeiro nome que pensei quando decidir criar o Fontebrasil, pelo profissionalismo sério, competente, e pela forma às vezes lúdica, às vezes poética e por vezes crítica, irônica e picante com que sempre talhou a notícia, virtude que, respeitosamente a opiniões alheias, nunca ví em nenhum outro colunista social.

Me lembro de formamos a diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Roraima, eleita em 1996, em que fui representante do Sinjoper junto à Federação Nacional de Jornalistas, Fenaj. E como pesou na vitória de nossa chapa a sua adesão.

Há mais ou menos 10 anos, Júnior profetizou o fim do colunismo social como página de apelo de jornal. As redes sociais, o Facebook em especial, segundo ele, tornaram todos "colunistas de sí, mesmo". Pura verdade. 

Mas essas mesmas redes sociais nos brindam com textos como de ontem de Júnior Brasil, belos, tocantes e reflexivos, em que "tudo se entrelaça e vibra" em "cores de sentidos, de emoções, de vivências. Pinturas que revelam tons de bem viver com alegria e intensidades. Vibrações em sintonia com a alma, plena de luz. (Onde não há luz, não existe cor...)"

E concordo: "Pena de pessoas cujas vidas são cinzentas, onde não cabem tons ou semitons, sem a vibração das cores. São vidas amargas, insossas, desbotadas", que "vivem de olhar para a luz dos outros, buscando reflexos quem sabe, que lhes ilumine seu caminho tão apagado, traçado com tintas de rejeição, de carências, de desafetos e solidão". 

Faço como JB em seu belo e tocante texto, texto esse cheio de vida como as cores de Almodóvar: "Rogo a Deus que tenha piedade e coloque luz na vida de tantos amargurados, que preencha suas vidas de cores. Encha seus corações de amores e suas bocas de louvores. Porque, além do Deus de Spinoza existe um que adora pintar o sete. E eu só tenho a agradecer."


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