- 08 de agosto de 2025
Bravatas e mais bravatas. É só o que se vê neste período pré-eleitoral. Há candidatos que prometem fazer chover usando apenas a máfia como instrumento. Outros, empregos no serviço público e também na iniciativa privada incipiente e tosca.
Há também aqueles que prometem lote no céu para o eleitor comportado que lhe confirmar o nome nas urnas. O mundo é o limite. "Você pode crê, Deus pode fazer". Tudo bem. A bravata sempre fez e sempre fará parte do jogo eleitoral.
O que não se pode aceitar é a cara-de-pau. Essa é demais. Fere os brios de qualquer ser inteligente. De tão descarada e despropositada, a cara-de-pau deixa o eleitor na dúvida entre o tosco e o bizarro. Os slogans passeiam com desenvoltura entre a ingenuidade e a má-fé. Dois extremos, como o céu e a terra.
Da forma como se colocam, os candidatos mais parecem salvadores da pátria. Messias divinos, que trazem nas mãos uma varinha de condão para resolver todos os problemas. A toque de caixa. Aliás, propostas assim são difíceis de colar. De salvadores da pátria o eleitor já está "gato escaldado".
Por tanta falta de criatividade, alguns candidatos passam a agir como atiradores nos próprios pés. Assumem, ainda que tacitamente, que quando tiveram nas mãos a oportunidade de fazer, não o fizeram. Por incapacidade ou pela velha desfaçatez.
Outros fazem o "mea-culpa", pedindo que se esqueça o passado e que se acredite em novos tempos. Esse é o caso do ex-governador Flamarion Portela, cujo slogan de campanha é exatamente esse: "Novos tempos". Mais cara-de-pau impossível.
Há ainda os candidatos que, de tão apaixonados por si mesmos, estouram a boca do balão. O caso de Getúlio Cruz: "Roraima merece". O eleitor roraimense, portanto, deve elegê-lo e, depois, agradecer: "Muito obrigado, Doutor Getúlio, pelo senhor ser o nosso deputado federal".
Figurinha carimbada nas eleições, Getúlio só falta dizer: "Eu me amo, não posso mais viver sem mim".
Não faltam aberrações nessa área. O melhor de tudo é que servem como válvula de escape para as agruras da vida. Morreu o Bussunda, que nos fazia rir às burras, mas, em seu lugar, ficaram suas excelências os candidatos. Viva as eleições!