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BRASIL/VENEZUELA - Embaixador concorda que fronteira tem que ser desburocratizada


Os gargalos do complicado relacionamento fronteiriço entre Brasil e Venezuela, nas cidades de Santa Elena e Pacaraima, devem ser removidos o quanto antes e de forma eficaz. Esse é o entendimento do embaixador da Venezuela no Brasil, Júlio José Garcia Montoya, que recebeu na última terça-feira (15/03), em Brasília, o deputado Raul Lima (PSDB) onde diversos pontos que estrangulam as afinidades de ambos os países foram debatidos. Raul estava acompanhado do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB) e do vereador Marcelo Carvalho (PV). "A fronteira tem que ser humanizada", se expressou o embaixador.


Os gargalos do complicado relacionamento fronteiriço entre Brasil e Venezuela, nas cidades de Santa Elena e Pacaraima, devem ser removidos o quanto antes e de forma eficaz. Esse é o entendimento do embaixador da Venezuela no Brasil, Júlio José Garcia Montoya, que recebeu na última terça-feira (15/03), em Brasília, o deputado Raul Lima (PSDB) onde diversos pontos que estrangulam as afinidades de ambos os países foram debatidos. Raul estava acompanhado do senador Mozarildo Cavalcanti (PTB) e do vereador Marcelo Carvalho (PV). "A fronteira tem que ser humanizada", se expressou o embaixador. O parlamentar roraimense disse ao embaixador que um dos principais entraves ao comércio bilateral é a burocracia dos órgãos governamentais que prejudicam não apenas a integração, mas causa transtornos e pequenos conflitos entre as nações. Ele defende que todas as questões ligadas ao comércio entre o Brasil e a Venezuela devem passar por Roraima. No entendimento do deputado e do embaixador, muitos se esforçam para que o relacionamento entre Brasil e Venezuela ganhe contornos profissionais, mas a teoria está se sobrepondo a prática. "O problemas estão identificados, as soluções estão apontadas, mas as decisões não aplicadas adequada e eficazmente", disse Raul Lima. - Atualmente, os que articulam a definitiva e sólida aproximação dos dois países, principalmente do sul da Venezuela com o norte do Brasil, defendem a necessidade de que o discurso dê lugar a prática. Para estes, as ações na fronteira atrapalham o bom relacionamento. Conforme Raul Lima, a falta de um acordo de transporte cria obstáculo aos empresários que precisam fazer frete entre os dois países porque são obrigados a dividirem suas operações por falta instituição bancária que quite as apólices de seguro tanto aqui quanto lá. Ele acredita que outras facilidades poderiam ser implementadas para dar mais urbanidade ao relacionamento fronteiriço. Argumenta que o Brasil poderia utilizar as vantagens da internet, facilitando a vida das pessoas. Por exemplo, ao requerente pelo serviço o Detran poderia enviar o espelho da documentação e o turista em vez de esperar pela entrega aqui, o receberia pronto, na fronteira. "Também seria possível fazer a reserva em hotéis e ferryboat, basta que se tenha uma entidade disposta a ajudar o turista". Nesse sentido o parlamentar entende que o governo deve chamar para si a responsabilidade pela criação a implementação de uma entidade que "realmente trabalhe pelo turismo internacional, promovendo benefícios e renda positiva para o Estado". Sendo assim, promovendo encontros internacionais, trabalhando em cima das diferenças e na identificação de problemas fronteiriços. Outra crítica que faz no sentido de melhorar o intercâmbio turístico é com relação às estradas. "Eu não sei o que é pior: uma estrada cheia de buracos ou uma estrada que com um só buraco pode causar uma grande tragédia, sem sinalização nenhuma. Neste aspecto os dois países estão devendo muito ao cidadão". Para o deputado, através de suas representações administrativas, políticas e empresariais, Roraima deveria estar mais atento ao que vem se discutindo e decidindo quanto ao estreitamento das relações sócio-culturais e comerciais. "Já houve reuniões nas quais, Roraima, apesar de centro do interesse, não estava bem representado. A Venezuela é vista como fonte de problema e não oportunidade comercial para Roraima. Então a idéia seria enfrentar o problema e buscar oportunidades". O embaixador Júlio Montoya defende que além dos acertos naturais que existem entre Brasil e Venezuela, há que se pregar o interesse específico e regional de Roraima com o Estado Bolívar. "Nós temos que identificar quais os problemas mais cruciais e resolve-los efetivamente. Não podemos mais aceitar que os erros prejudiquem anos de relacionamento amigável", diz ele. Na visão do embaixador, ante as reivindicações do deputado Raul, o que há na verdade é uma integração imaginária. Ele próprio acha que os roraimenses não estão ocupando seus devidos espaços nas discussões fronteiriças. "Temos que materializar uma aliança estratégica entre Roraima e Bolívar. Existem acordos diplomáticos que precisam se redimensionados afim de que os benefícios aconteçam", completa. Montoya prometeu que vai se agarrar nas questões de fronteira como um bodó (aquele peixe que se gruda nas pedras dos rios). Para Raul o que se observa é que as medidas administrativas são implementadas a nível de Caracas e Brasília, mas que essas medidas não refletem na fronteira de forma prática. "Então, eu defendo que as pessoas que podem decidir nos estados de Bolívar, na Venezuela, e em Roraima, no Brasil, se sentem e dialoguem para encontrar uma saída para os problemas em comum que impedem a expansão do comércio bilateral", diz. Na opinião de Raul Lima, é necessário que haja honestidade e clareza das autoridades brasileiras e venezuelanas quando aos problemas que entravam a relação comercial bilateral entre os dois países. Ele entende que a única forma capaz de resolver esses problemas é através do diálogo. "Ninguém melhor para saber o que está acontecendo aqui do que nós mesmos, que moramos em Roraima. Nós precisamos participar das discussões para que sejamos ouvidos", diz. - Tenho insistido que as ações externas dos governos precisa de um forte apoio de nós deputados de Roraima. De ano a ano aumenta o interesse de brasileiros pela Venezuela. Os negócios se multiplicaram, o turismo encontra seu melhor momento, os políticos se interessam por soluções semelhantes em ambos os lados, mas as relações nas fronteiras capengam. Parecem caminhar para trás. Raul disse que sua preocupação reflete não só um desejo de que as atitudes sejam modificadas, para melhor servir o povo, mas constitui um dever como bandeira de se esforçar para tornar a integração verdadeiramente efetiva. "O que estou fazendo aqui senhor embaixador é defendendo uma aliança estratégica. Uma aliança estratégica profunda, que leve em conta a potencialidade de Roraima e dos estados venezuelanos vizinhos. Que leve em conta o conhecimento científico e tecnológico dos dois países, que leve em conta a possibilidade da ajuda mútua entre os dois países. E tem que ser feito de uma forma tão sólida, que mesmo quando não estivermos mais no exercício do cargo eletivo, a sociedade da Venezuela e a sociedade brasileira estejam com tanta convicção do processo, que ele tenha continuidade para que as duas nações possam usufruir de suas riquezas", acrescentou. - Os problemas estão ai. Parecem pequenos, mas são embaraçosos e podemos testemunhar isso todos os dias. Vão desde os fatos já relatados, a questão do combustível, estradas mal sinalizadas, falta visível de informações e o mais grave, falta de iniciativas que possibilitem evitarmos situações desesperadoras. É preciso que se crie uma rota só para turistas, com informações variadas sobre extensão das estradas e ofertas de serviços, bem como instituir uma sinalização bilíngüe nesta rota para evitar que expressões como estas

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