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Miranda pede pressa na obra do gasoduto

O senador Gilberto Miranda (PFL) exigiu hoje do governo federal pressa na construção do gasoduto ligando Coari a Manaus, para o transporte de gás da reserva de Urucu e seu aproveitamento pelo sistema de elétrico da capital amazonense, que segundo ele vem sofrendo problemas de abastecimento de energia há muito tempo, com prejuízos incalculáveis para a economia local.


Brasília - O senador Gilberto Miranda (PFL) exigiu hoje do governo federal pressa na construção do gasoduto ligando Coari a Manaus, para o transporte de gás da reserva de Urucu e seu aproveitamento pelo sistema de elétrico da capital amazonense, que segundo ele vem sofrendo problemas de abastecimento de energia há muito tempo, com prejuízos incalculáveis para a economia local. Miranda, que substitui o senador Gilberto Mestrinho (PMDB), em tratamento de saúde, observou em seu discurso no Senado Federal que o sistema elétrico de Manaus "é um serviço irregular e deficiente e, o que é pior, altamente subsidiado por todos os consumidores de energia elétrica do País, por meio da Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis, a chamada CCC, a um custo de R$ 1,3 bilhões de reais". Para o senador Gilberto Miranda, o sistema elétrico de Manaus servido à base de usinas térmicas, ainda é penalizado por utilizar quatro tipos de combustíveis diferentes, todos derivados de petróleo, e cada um com preço diferenciado do outro, o que torna a sua operação ainda mais difícil e complexa. Miranda lamentou que as soluções para esse crônico problema, "que atormenta os manauaras, já estão desenhadas há muito tempo". Segundo o senador Gilberto Miranda, estudos foram realizados em 1995 no primeiro governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso pelo Ministério das Minas e Energia, Petrobrás, Eletrobrás e Eletronorte. "Todos os projetos sugeridos à época eram passíveis de serem implantados até dezembro de 1998 e atendiam às necessidades energéticas da região até o ano 2010", lembrou o senador. Gás, a solução Segundo esse estudo, observou Gilberto Miranda, a solução mais interessante para melhorar o suprimento a Manaus era a construção de um gasoduto quer permitisse o transporte do gás natural dos campos de Urucu até Manaus. "Com isso, a geração a diesel e outros derivados seria substituída pela geração a gás, significativamente mais barata, de preço uniforme e ambientalmente muito mais limpa", observou ele. Miranda lembrou que o trecho do gasoduto entre Urucu e Coari, com 285 km, já existe. "Faltam construir, portanto, os cerca de 400 km do trecho entre Coari e Manaus", disse, lembrando que depois de muitos percalços burocráticos, a Petrobrás iniciou em 2004 a movimentação para construir o gasoduto Coari-Manaus, e o desembolso de mais de R$ 240 milhões para a aquisição dos tubos necessários à construção do gasoduto. O senador Gilberto Miranda informou que os investimentos para o gasoduto giram em torno de US$ 500 milhões, e pronta, a obra terá capacidade de transporte cerca de 10,5 milhões de metros cúbicos de gás por dia até Manaus.Desse total, segundo ele, cerca de 5,5 milhões de metros cúbicos serão consumidos para geração de energia elétrica, mediante a transformação das térmicas que abastecem Manaus em térmicas movidas a gás. "Haverá, com isso, uma economia de cerca de US$ 365 milhões anuais em subsídios da conta CCC", observou. Miranda lembrou ainda que a obra do gasoduto permitirá outros ganhos significativos para Manaus e para o Amazonas. Segundo o senador, serão gerados cerca de 3.500 empregos durante a obra, e o Estado do Amazonas ganhará com a arrecadação de impostos e com a distribuição do gás, de responsabilidade da companhia estadual de distribuição, a Cigás. Pedra no caminho O senador Gilberto Miranda lamentou, no entanto, que a obra do gasoduto esteja enfrentando mais uma pedra no caminho desse sonho - "e justo agora, quando parecia que tudo iria se resolver satisfatoriamente, com a conclusão da obra em 2006, como previsto pela Petrobrás. Essa dificuldade diz respeito à exigência do Ministério Público Federal para que a supressão da mata, necessário para a construção do gasoduto, somente poderá ser feita com a autorização do Ibama, apesar de a licença ambiental ao projeto, elaborado pela Universidade do amazonas, já ter sido concedida pelo Instituto Ambiental do Estado do Amazonas".Com essa exigência, o MPF conseguiu embargar a abertura de 31 clareiras pelo 2o. Grupamento de Engenharia e Construção do Exército, mas felizmente já foi suspensa, mas o assunto continua sub judice". O senador amazonense observou que um outro obstáculo a ser superado é a fixação, pela Petrobrás, de um preço competitivo para o gás a ser entregue em Manaus. A viabilização de todo esse projeto, disse Miranda, depende muito desse preço, sem o que a alternativa mais viária seria a construção da linha de transmissão entre Tucuruí e Manaus. O projeto da linha já foi concluído pela Eletronorte e está em exame no Ministério das Minas e Energia. Gilberto Miranda acredita que essa linha de Tucurí é outra ação que não pode e nem deve ser relegada a segundo plano pelo Governo Federal. "Em que pese a prioridade a ser dada ao gasoduto e á geração térmica a gás para abastecer Manaus, a linha Tucurí/Manaus terá um papel importante no abastecimento da capital e de parte importante do Amazonas, além de integrá-lo ao Sistema Interligado Nacional de transmissão de energia elétrica, que cobre todo o País", observa. O senador Gilberto Miranda criticou a possibilidade, se não sair o gasoduto para Manaus, de que 7,5 milhões de metros cúbicos de gás possam ser reinjetados nos poços de Urucu, enquanto Manaus precisa desse gás. "Não é possível continua recusando ao País e aos consumidores de energia elétrica uma economia de US$ 365 milhões por ano. O Brasil não pode se dar a esse luxo. Manaus, o Amazonas e o Brasil precisam dessa obra e da linha Tucuruí/Manaus", disse o senador.

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