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PRODUÇÃO - Juros altos afetam as vendas de motocicletas

As vendas de motos em janeiro registraram queda de 5% na comparação com dezembro e de 4,3% em relação a igual mês de 2004. A elevação dos juros nos financiamentos, reflexo da alta na taxa básica (Selic) que o Banco Central (BC) vem promovendo nos últimos seis meses, é apontada por fabricantes como um dos fatores que inibiram o mercado. As vendas foram de 80.462 unidades em janeiro.


As vendas de motos em janeiro registraram queda de 5% na comparação com dezembro e de 4,3% em relação a igual mês de 2004. A elevação dos juros nos financiamentos, reflexo da alta na taxa básica (Selic) que o Banco Central (BC) vem promovendo nos últimos seis meses, é apontada por fabricantes como um dos fatores que inibiram o mercado. As vendas foram de 80.462 unidades em janeiro. A produção de motos, ajudada pelas exportações, teve uma retração menor, de 2,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Na comparação com dezembro, período em que os fabricantes concedem férias coletivas, a produção foi 17,3% maior. As exportações de motos somaram em janeiro 11.744 unidades, quase 30% acima do volume registrado há um ano. A Yamaha exportou 3.128 unidades, num crescimento de 332% em comparação a igual período do ano passado, quando foram embarcadas 724. No ano passado, a empresa fechou um contrato especial de vendas. A Honda vendeu 8.616 motocicletas no mercado externo, 2,6% a mais que em janeiro de 2004. O recuo no mercado interno no primeiro mês do ano não desanimou o setor, que, após registrar recorde de produção e vendas em 2004, aposta em resultados ainda melhores neste ano. Segundo as projeções da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), 1,146 milhão de motos devem ser fabricadas em 2005, número 8% superior ao do ano passado. Desse total, o mercado interno deve absorver 976 mil unidades. Motoboys O setor aposta no uso cada vez mais intenso das motos no trabalho por motoboys e agroboys (utilização no campo) como a principal alavanca para a comercialização. Além disso, os vendedores acreditam que a grande vantagem do produto ainda é a facilidade de locomoção que ele proporciona no conturbado tráfego das grandes cidades. "As motos são ágeis no trânsito e a manutenção é barata", resume o presidente da Abraciclo, Paulo Takeuchi. As duas maiores fabricantes estão caminhando em sentidos opostos. A Honda, a maior do país, vendeu no mês passado 52,6 mil motos, numa queda de 14,4% em relação a igual mês do ano passado. Com esse resultado, a marca respondeu por 80,7% do mercado total. Sua participação no mercado caiu - há um ano, era de 90,1%. A Yamaha, segunda no ranking, vendeu 10,1 mil unidades, num aumento de 77,4% na comparação com janeiro de 2004. Sua parcela de mercado saltou de 8,4% para 15,6%, segundo os números da Abraciclo. De olho em novos nichos de negócios, as duas marcas preparam novidades para os próximos meses. A Yamaha lança em março a XT 660, uma fora-de-estrada com injeção eletrônica, a primeira moto com essa tecnologia a ser fabricada no país. Recentemente, a marca lançou a Neo 115, com equipamentos novos, como o porta-capacete. A Honda, que prevê um crescimento de 10% nas vendas este ano, chegando a 850 mil unidades, está desenvolvendo um modelo mais popular para ocupar uma faixa de preço não superior a R$ 4 mil. A informação é de concessionários da marca. O gerente geral de Vendas da Honda, Marcos Zaven Fermanian, esconde o jogo. Informa apenas que o mercado brasileiro "exige atualização constante e a empresa precisa acompanhar as necessidades do mercado."

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