- 20 de agosto de 2025
Brasília - O Citibank está dizendo a seus clientes que investir na Argentina é mais promissor do que investir no Brasil. No ano de 2003, a economia do país do presidente Néstor Kirchner cresceu 11,7%. No ano passado, o crescimento foi de exatos 8%. Para se ter idéia do que isso significa, basta dizer que a economia brasileira, em seis anos (1998 a 2004), cresceu 14%. Somados os dois anos argentinos, temos 19,7% contra 14% dos seis anos brasileiros. Quando a Argentina anunciou em 2003 que só iria pagar 25 centavos (1/4) de cada dólar de sua dívida externa, as previsões apocalípticas explodiram mundo afora. A inefável Rede Globo, a serviço do capital internacional, colocou imediatamente os seus comentaristas econômicos e políticos em todos os espaços da organização (incluindo-se rádios e jornais), desancando Kirchner por não cumprir acordos e por "ameaçar o capitalismo mundial". Nada se disse a respeito dos juros extorsivos que já fizeram nossa chamada dívida eterna ser paga várias vezes, nem a respeito da miséria causada pelo roubo escancarado de nossas riquezas. É isso o que gera desemprego, produzindo desespero e violência em escala incontrolável. As previsões dos ditos comentaristas eram simplesmente catastróficas: que a Argentina iria quebrar, que o calote de sua dívida externa de mais de 100 bilhões de dólares não fazia sentido e que a moeda local iria ser reduzida a pó. Aconteceu o contrário. O desemprego vem caindo de forma vertiginosa e até mesmo o número de argentinos que vive abaixo da linha de pobreza teve sua taxa reduzida em cerca de dez pontos percentuais. Melhor: o superávit orçamentário que se formou, em grande parte, veio de dois tributos: "sobre as exportações e sobre as transações financeiras que os economistas ortodoxos no FMI e em outras partes querem ver eliminados". Por que isso acontece na Argentina e não no Brasil? Porque aqui nós somos dirigidos por um cidadão (Henrique Meirelles, presidente do Banco Central) que não passa de mero títere do sistema financeiro mundial. Dom Luiz Inácio, em posição oposta à da rainha da Inglaterra, nem reina nem governa. Perdido entre garrafas de álcool e fumaça de charutos importados, sua excelência nem ouviu o galo cantar nem sabe onde ele se encontra. Para se entender em parte o que acontece com o Brasil, basta verificar a bandalheira que se faz com a Petrobras, cujas licitações criminosas o candidato presidencial do PT jurou que iria acabar, mas depois de empossado no cargo foi até mesmo ao STF (Supremo Tribunal Federal) para tentar manter as mesmas licitações. Hoje, apesar de praticamente auto-suficiente na produção de óleo, o Brasil tem uma das gasolinas mais caras do mundo (cobrada em dólar), enquanto na Venezuela, nosso vizinho do extremo norte, o litro da mesma gasolina, pago em moeda local (bolívar), corresponde a sete centavos de real. Somos um país rico, servindo apenas a interesses estrangeiros, com um presidente fantoche, despreparado, mais perdido do que cego em tiroteio. Sem alternativa, sem nada de novo, observamos agora o ex-ministro da Educação Cristóvam Buarque (PT), senador pelo Distrito Federal, tentando engrossar a própria voz no balão de ensaio de possível candidatura presidencial. Ele iria para o PPS, por quem já foi convidado, disputando com Dom Luiz Inácio o pleito que se avizinha (2006). E o presidente se mostra interessado em aumentar o mandato presidencial para seis anos, a partir de 2006, quando, então, teria a chance de ficar por uma década ininterrupta. É brincar com pólvora em ambiente altamente inflamável. Feliz Ano Novo! Email: [email protected]