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Senso Crítico - O que 2004 não permitiu


Em Roraima, ainda predomina o clima de lua de mel entre empresários, funcionalismo e o governo Ottomar Pinto. Pendentes? Muita coisa. Quem matou Dilmar Mesquita? Quem roubou o cofre da Câmara de Vereadores? De quem era os milhões de dólares e euros encontrados num avião pousado na Fazenda Bamerindus?


O que 2004 não permitiu Edersen Lima, Editor Brasília - O Ano de 2004 acabou com nenhuma mudança na política econômica. Juros altos que atendem interesses de bancos privados e investidores de mercado de ações. De Lula, a mesma retórica de governos antigos - "fazer o bolo crescer para depois dividir" -. Enganados estavam os que pensavam que o rei do nhe-nhe-nhém era FHC. Lula fala e faz pior. Em Roraima, ainda predomina o clima de lua de mel entre empresários, funcionalismo e o governo Ottomar Pinto. Pendentes? Muita coisa. Quem matou Dilmar Mesquita? Quem roubou o cofre da Câmara de Vereadores? De quem era os milhões de dólares e euros encontrados num avião pousado na Fazenda Bamerindus? Do concurso público do estado, três mil aprovados esperam o chamado. Ottomar reconhece que se ganha pouco no funcionalismo. E quem pensou que haveria perseguições, mordeu a língua. Só para ficar num exemplo, o atual chefe do Departamento de Meio Ambiente da Femact, Clidenor Leite, aplicou multa de R$ 200 mil na Prefeitura de Boa Vista, durante gestão de Ottomar, que estava com projeto pronto construção do Anel Viário. A obra ficou paralisada por mais de seis meses e o dinheiro teve que ser devolvido por que havia prazo para aplicação. Perdeu a PMBV e a população com a não realização do projeto. Na realidade, Roraima está com dois anos de atraso. Muitos recursos não chegaram no estado devido à pendenga judicial eleitoral que envolvia Flamarion Portela. De certo modo, até com razão o governo federal segurou esse dinheiro, tanto que deu no que deu. Foram dois anos onde não se tinha certeza de que o que fosse vendido ou serviço prestado para o governo seria devidamente pago. Só uma panificadora e um setor da imprensa não se preocuparam com isso. A Justiça mandou novamente gente para a cadeia provisoriamente. Se era para soltar, pra quê prender? Ficou no ar clima de exagero na operação. Mas ficou claro também que devagar as coisas estão andando. Não os gafanhotos da PMBV que moram em Brasília, conhecidos por "girafas" devido aos altos valores dos salários, também processos de condenação pelo Tribunal de Contas da União continuaram em profundo sono nas mesas judiciais. Até quando? Muita coisa aconteceu em 2004, mas pouco se alterou no contexto. Quem sabe, daqui a um ano, tenhamos novidades. A Raposa Serra do Sol homologada colocando fim à novela. Empregos sendo gerados através de parcerias pública-privada. Saúde pública melhor distribuída e por favor, sem esquemas com fornecedores e planos privados. Educação para todos e mais investimentos para os cursos superiores do estado. Segurança, estradas e infra-estrutura. Se metade disso for motivo de boas notícias e não acontecendo nenhum escândalo com dilapidação do patrimônio público, já teremos de 2005 e o que de 2004 não foi permitido.

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