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CONTAS PÚBLICAS - Governo descarta renegociar dívida de Estados

Se depender do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os prefeitos eleitos e os governadores podem esquecer a reivindicação de novas condições para o pagamento das dívidas com a União. "Não há, dentro do governo, renegociação de dívida", afirmou ontem Lula, descartando uma revisão dos contratos atuais.


Folha de S. Paulo Se depender do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os prefeitos eleitos e os governadores podem esquecer a reivindicação de novas condições para o pagamento das dívidas com a União. "Não há, dentro do governo, renegociação de dívida", afirmou ontem Lula, descartando uma revisão dos contratos atuais. Na avaliação presidencial, a regra serve também para a cidade de São Paulo, que tem hoje uma dívida acima de R$ 29 bilhões e cujo prefeito eleito, José Serra (PSDB), encontrou-se com Lula na última terça-feira. "Não conversamos sobre isso [dívida]. Vamos dar o tratamento que for possível dar. São Paulo tem sempre de ser olhada com carinho, porque tem problemas que não são só dela. São do país." Questionado sobre pleitos de Estados e municípios, que, além de uma maior participação no bolo federativo, querem uma flexibilização da Lei de Responsabilidade Fiscal, o presidente foi incisivo. Disse que a conversa com os governadores deve ser pela votação da reforma tributária em tramitação na Câmara. Para Lula, a reforma "vai ajudar os governadores". Para o presidente, essa é a saída para solucionar problemas de caixa dos Estados e municípios. O projeto propõe, principalmente, a unificação da legislação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, principal fonte de receita de Estados e municípios). Estima-se que a medida eleve em cerca de 10% a arrecadação do imposto. Lula foi duro ao comentar a situação dos caixas que os prefeitos encontrarão em 2005: "Não me queixei do caixa que recebi". Ao lado do presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), Lula elogiou a atuação do Congresso. "O que a Câmara e o Senado fizeram neste ano foi exemplar." Falou então sobre a aprovação das PPPs (Parceiras Público-Privadas) no Congresso anteontem. "Só podem pensar que foi em benefício do governo aqueles que só pensam na próxima eleição." Em encontro com jornalistas no Palácio do Planalto, o presidente afirmou ainda que o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) "tem possibilidade" de ser o candidato do PT à disputa do governo de São Paulo. Referia-se a declarações do líder do governo no Senado de que os dois últimos governadores do Estado torciam para o Santos (os tucanos Mário Covas e Geraldo Alckmin, atual governador). Mercadante é santista. A pesquisa do IBGE que mostrou excesso de peso dos brasileiros foi novamente alvo de Lula, que havia dito que a sondagem não mostrava a realidade. Após reação de técnicos do instituto, o presidente manteve o que dissera e afirmou que quem ler a pesquisa inteira dará razão a ele.

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