- 20 de agosto de 2025
Edersen Lima, Editor Brasília - Realmente, o mundo é um moinho. Há menos de uma semana Flamarion Portela se preparava para a mais radical e importante mudança do seu governo. Oficialmente e com tapete vermelho estendido, entraria no Palácio Hélio Campos o senador Romero Jucá e mais quatro novos secretários - Edio Vieira já estava no time - para dar nova imagem e ritmo à gestão. Romero, aliás, era figura fundamental para aquele governo, tido como responsável pela permanência de Flamarion mesmo depois de ser cassado pelo TSE. Quem não se lembra das declarações de Romero Jucá a respeito da decisão do TSE, de que a mudança de governo, naquele momento da eleição (início de agosto passado) conturbaria o processo eleitoral? Uma verdadeira peregrinação por gabinetes de ministros do Executivo e do Judiciário foi feita naqueles dias pós-cassação. Pelo sim, pelo não. A posse de Ottomar foi atrasada - era esperada para acontecer até o dia 15 de agosto-, só ocorreu três meses depois e com a segurança que o processo eleitoral não foi "conturbado", porém uma surpresa e desolação para quem já tinha nas mãos as secretarias de Agricultura, Saúde, Infra-estrutura e a CER. Fora a Casa Civil. Como o mundo dá voltas, em menos de uma semana Romero Jucá já lembra da aliança que formou com Ottomar em 2002. Através de deputados estaduais e políticos sem mandato já insinua uma aliança. Nem deu bola para a declaração de Ottomar que será candidato à reeleição. Ao que parece, na campanha de dois anos atrás, havia um acordo de Ottomar 2002, e Teresa 2006. Isso ainda vale? De qualquer modo, se aproximar agora do governo de Ottomar é a melhor estratégia para Romero. Ele poderá manter um staf que sustente parte de sua base além da Prefeitura de Boa Vista, propondo, inclusive, nova composição para 2006. Desvios de condutas à parte, Flamarion Portela não pensou duas vezes em trocar o bloco que o acompanhou no processo de reeleição pela entrada de Romero no governo. E Romero, pelo o que se sabe, não moveu uma palha em favor da ação jurídica-eleitoral que gerou a troca de governo. Resta saber o que pensa disso tudo, Ottomar. Realmente, o mundo é um moinho.