Hoje é um dia lindo - (*) Amílcar Sérgio Júnior

Hoje é um dia lindo... tanto quanto a noite de ontem, após a decisão. O povo de Roraima, enfim, respira aliviado. Não se escuta outra coisa, senão: Flamarion não é mais governador, graças a Deus. O velho brigadeiro de guerra, antes tarde do que nunca, retornou para matar os gafanhotos remanescentes. O macuxi está de alma lavada. Fez-se justiça. E o que mais nos empolga, nos enche de felicidade: o "todo poderoso" Flamarion Portela agora é cidadão comum - isso mesmo... como eu e você. Então, nada mais impede que a Polícia Federal lhe coloque uma "pulseira de prata". Vai ter que responder, sim, pelas acusações. Acabou o que era doce (o tráfico de influências e muito dinheiro). Hoje mesmo, o senhor já deve estar sentido o quanto é ruim humilhar e ser humilhado. Lembra? E agora, heim... ex-governador? Seu irmão também está pronto para sentir o peso do martelo? Com tamanha queda, me explique (por favor), como sobreviverão seus empresários de suporte? O ex-ilustríssimo acha que a federal não vai cair de pau para desmontar a quadrilha? Não acredita? Duvida? Se eu fosse o senhor... E por falar em crime organizado: a casa também caiu para os seus homens da comunicação: principalmente o porquinho e o camelo real. Sempre dizíamos que os dois seriam os principais responsáveis por sua queda, mas vossa ex-majestade nunca acreditou. Então, olhe só no que deu? Também pudera... com tantas trapalhadas, meu Deus! Sabe também o que vai nos fazer transbordar de alegria, senhor ex-governador? A Secretaria de Educação deixará de ser o "cabide" dos petistas vendidos. Que falta de sorte... tão pouco tempo e o leite acabou. Assim também acontecerá na jurássica cúpula da Polícia Civil e no Comando da Polícia Militar. E por falar em PM, está vendo só (senhor ex-governador), como não foi negócio perseguir aqueles oficiais? Eles agora estão voltando por cima. E o pior: estão loucos para agarrar todos os integrantes desta ramificada quadrilha. É isso aí... como diz o ditado: um dia da caça, outro do caçador. Diante de tantas bombas que desabarão em sua cabeça, cidadão Flamarion Portela, seu eu fosse o senhor (só uma hipótese, heim!), viajaria para bem longe (para Coreaú, quem sabe) para evitar passar por mais humilhações - apesar de que os milhares de pais de família que o senhor aqui desempregou, irão adorar em lhe ver atrás das grades. E este também, como hoje, será um dia lindo. * Poeta e Jornalista