OPINIÃO FORMADA

Por Edersen Lima A CASA CAIU A decisão do TSE em empossar imediatamente Ottomar Pinto jogou um balde de água fria nas cabeças de Flamarion Portela, de Romero Jucá e de Mecias de Jesus. Flamarion esperava manter-se no cargo sob nova direção, a de Romero Jucá, que por usa vez, já tinha escolhido quatro nomes para compor o seu "governo" com coletiva com a imprensa agendada. E Mecias, que sonhava em ser governador tampão. A CASA CAIU 2 O destino de Flamarion Portela é incerto e duvidoso. Provavelmente não fique em Boa Vista pois corre sério risco de hostilidade da população. Como abandonou o grupo que o elegeu trocando-o pelo apoio de Romero Jucá, Flamarion deverá ficar ainda mais isolado. Pior: nada mais impede que aquela leva de prisões por causa dos gafanhotos volte. Ontem o prefeito reeleito de Macapá, capital do Amapá, foi preso. A CASA CAIU 3 Romero Jucá foi quem mais perdeu com a decisão do TSE. Chegou inclusive a tranqüilizar correligionários e afirmar que tudo estava sob controle, a ponto até de "nomear" quatro secretários de sua inteira confiança para o Palácio Hélio Campos e assim pavimentar o caminho para a sua eleição a governador em 2006. Agora, terá que refazer os planos. A CASA CAIU 4 Mecias de Jesus até conseguiu, numa dessas coisas que só o jabá explica, reapresentar ontem uma entrevista concedida no mês passado, afirmando veementemente que Flamarion Portela continuaria governando Roraima e que o seu grupo permaneceria unido. Pelo visto, agora o último que sair apague a luz. A CASA CAIU 5 Ainda ontem à noite, o deputado Almir Sá, o Lobão, ligou para o senador Romero Jucá e perguntou: "E agora (sobre a cassação definitiva de Flamarion), como é que fica? Romero respondeu: "Vamo ter que começar tudo de novo". A CASA CAIU 6 Famosa coluna de política nem circulou hoje. Talvez se a decisão do TSE fosse outra ... ELTON Assim que o ministro Sepúlveda Pertence determinou que posse imediata para Ottomar, um fila de cumprimentos se formou para saudar o ex-deputado federal Elton Rönelth, que acompanhou dia e noite o processo movido por Ottomar contra Flamarion. "Cumprir a missão. Já posso descansar", disse Elton. NOVOS TEMPOS À coluna, o deputado Luciano Castro disse que independete de quem seja o governador a bancada do PL quer somar esforços em nome de melhorias para Roraima. "O partido quer o melhor para o estado", disse. FLAGRANTES Um cinegrafista gravou dois flagrantes que espelham bem a desilusão de uma causa perdida. O momento em que um dos advogados de Flamarion Portela levou um pito do presidente do TSE, quando foi questionar a discussão dos ministros, e a expressão de Eliane Marques, fervorosa defensora do ex-governador, ao ouvir a sentença. JESUS E GUERRA Alô Ministério Público Estadual! Uma cooperativa que mais parece um enxame - de gafanhotos, é claro - e que beneficia descaradamente uns poucos políticos com experiência e tradição comprovadas no ramo, suga o dinheirinho do contribuinte todos os meses, mais precisamente, no dia 20, em conta num banco privado, que é mais seguro, é claro. Coisa que faria o messias Jesus descer da cruz e promover guerras e mais guerras. CAIM E ABEL Como na bíblia, é bem provável que a história de Caim e Abel se repita, entre um padeiro e o irmão generoso. Tudo por causa da partilha. POSIÇÃO No mais, a posse de Ottomar Pinto traz um norte para Roraima. Desde que assumiu o segundo mandato, Flamarion Portela se mostrou um governante fraco, um líder liderado, hora por um, hora por outro político. Desde que assumiu, Flamarion viveu sob a sombra do despejo, fato que ocorreu ontem. Com popularidade registrando o pior índice de aprovação e com programas capengas onde apenas a sua claque fazia festa e enxergava algo de maravilhoso, Flamarion foi enganado e se enganando. Recursos federais não vinham e nem tinham como vir, pois com um governador respondendo processos no STJ por corrupção e desvio de dinheiro público quem, em sã consciência liberaria verbas para Roraima? Espera-se que este governo que assume traga novos tempos, renove a confiança do roraimense trabalhador e coloque freios nos abusos que ainda são cometidos com o dinheiro público. É o que acredita o Fontebrasil.