- 20 de agosto de 2025
A reeleição da prefeita Teresa Jucá, em Boa Vista, leva o observador comum a uma série de conjecturas para entender a visão política que o casal Jucá passa a ter a partir de agora em relação às eleições de 2006. Ao casal, tudo! Desde que esse tudo represente o poder, a caneta, que lhe dá sustentação política faz tempo em Roraima. Ora, Romero e Teresa são capazes das piores peripécias, sejam políticas ou conjugais - agora mais esta do que aquelas - para terem o poder às mãos. Ao longo de suas andanças por terras roraimenses, o casal tem mudado de cor - PFL, PSDB, PPS e PMDB - em relação às suas amizades, às suas parcerias políticas, desde que estas dêem o que desejam e almejam: o poder absoluto seja no executivo, seja no legislativo. Esse jogo político, não é dos mais limpos, porém degradante. No entanto para o casal, é a coisa mais normal como trocar de camisa. E deixa, naturalmente, seqüelas, que são às vezes minimizadas quando o casal chega ao poder, com a indicação deste ou daquele cargo. A visão do casal Jucá é o governo de Roraima em 2006. As atuais lideranças políticas do estado, passada a ressaca eleitoral de domingo último, têm muito que pensar no seu futuro político. Vão abrir a guarda e deixar, como fizeram agora, que o casal transite junto ao eleitorado com a destreza de sempre, sem ser acossado por estratégias políticas capazes de frear o seu ímpeto de poder absoluto em Roraima? A mulher manteve-se na prefeitura da Capital, depois de uma eleição com áreas de muito poder econômico conduzindo a vontade do eleitor. O marido(?), apesar dos contra-tempos que tem enfrentado no Senado da República, com denúncias de irregularidades que teria praticado ao tempo em que esteve no executivo, transita com tranqüilidade entre os seus pares, com desenvoltura, a ponto de ganhar já agora a importante relatoria do Orçamento de 2005. Não é de se negar que o senador trabalha com a visão de tomar o poder em Roraima, seja qualquer que seja o esforço. O que se houve por Brasília é que o "senador não perde o bonde", atropela seus pares, desde que os seus objetivos políticos sejam atingidos. Tem sido assim desde que Jucá surgiu no cenário oficial de Brasília lá pelos idos da década de 70. Já a mulher, ou ex-mulher (não se sabe o estágio conjugal do casal, neste momento) segue a mesma técnica política. Sua administração na prefeitura boa-vistense tem pautado por uma série de denúncias de irregularidades, de malversação do dinheiro público, e nada lhe acontece. O mesmo ocorreu com o marido/ou ex-marido, quando exerceu cargos na administração federal. Nada acontece, porque o senador certamente sabe o caminho das pedras, e sabe como poucos contar bem os dormentes que pavimentam os trilhos do bonde que diz não gostar de perder. São essas conjecturas que nos levam a pensar no pior para Roraima. Um estado comandando, dirigido e pungido por um casal ávido pelo poder único, indissolúvel aos seus interesses políticos. Está na hora de Roraima acordar. É verdade que o eleitor menos instruído não tem essa percepção do pior, quando dá ao casal Jucá ressonância a seus instintos políticos nas urnas. Mas ainda há tempo para que as forças políticas de Roraima acordem para o pior. Caso contrário, vão ser mais um trampolim para o casal Juca subir e deitar suas mazelas nas vidas desse povo roraimense, bom e trabalhador.