- 20 de agosto de 2025
Edersen Lima, Editor Brasília - A reeleição de Teresa Jucá foi uma vitória dividida em duas partes. A primeira, pela inegável competência de organização, capitação de recursos - mesmo de fontes não identificadas - e tempo de campanha - desde que assumiu, Teresa sempre esteve em campanha basta ver os gastos da PMBV com marketing e comunicação. A segunda parte da vitória de Teresa pode-se creditar à competência dos seus adversários em dividirem os eleitores. Assim foi a eleição de Romero Jucá em 1994 que encontrou no desconhecido Antônio Brito, apoiado pelo então governador Ottomar Pinto, o "tira-votos" do ex-prefeito Barac Bento. Foi assim na eleição de Teresa em 2000, quando Neudo Campos, então governador decidiu apoiar Carlos Coelho, outro ilustre desconhecido do eleitor, e este tirou votos do prefeito de plantão, Ottomar Pinto. Em suma e sem tirar os méritos da competência de se organizar e fazer campanha eleitoral, Romero Jucá sempre apostou fichas no erro do adversário. Erros comuns de excesso de segurança, falhas naturais de desorganização e teimosias. Ou alguém duvida que os resultados de 1994 e 2000 não seriam outros se ao invés de dividirem o eleitor, os adversários de Romero Jucá tivessem se unido em torno de candidaturas comuns? O problema está em qual parte cederia. Mesmo nesta eleição onde as urnas eletrônicas ainda estão quentes, quem garantiria que Teresa Jucá se reelegeria se os seus dois principais adversários tivessem se unido? Neudo Campos foi candidato em nome do grupo político ao qual faz parte. Júlio Martins foi candidato de Ottomar Pinto, isso o próprio eleitor ouviu inúmeras vezes durante a campanha: "Júlio, o candidato de Ottomar!". O resultado dessa eleição em Boa Vista, fica claro que, enquanto candidatos como Neudo e Júlio, que têm eleitorado parecido praticarem a divisão das urnas, alguém terá que fazer as contas de somar e multiplicar e assim se eleger. O próximo teste é daqui a dois anos e já tem gente agradecendo antecipadamente os cálculos de divisão futura.