Os senadores Hiran Gonçalves (Progressistas) e Mecias de Jesus (Republicanos) se posicionaram após a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR), desta terça-feira (10), que deixou Nicoletti e Catarina Guerra (ambos do União), fora da disputa pela Prefeitura de Boa Vista.
Mecias de Jesus, irresignado e se fazendo de desentendido, reclamou que já estava tudo resolvido na Primeira Instância.
“Depois de tudo consolidado na Justiça de Primeira Instância. Hoje, lamentavelmente, o Tribunal Regional Eleitoral disse que nem um, nem outro. Isso não existe. Essa é uma decisão que, certamente, será derrubada pelo Tribunal Superior Eleitoral”.
O senador republicano se refere à decisão unilateral do juiz Breno Jorge Portela da Silva Coutinho, que decidiu pela candidatura de Catarina Guerra. Mas, Mecias, com discurso de enganador de pessoas, finge que não sabia que a decisão cabia recurso. E que, além disso, a vergonhosa briga entre sua candidata e Nicoletti precisava passar por uma decisão colegiada, com a avaliação de todos os juízes que compõem o Pleno em Roraima.
Se fosse assim, as três cassações de mandato do governador Antonio Denarium já estariam resolvidas definitivamente. Pois, como disse o próprio Mecias, já estava consolidada na Justiça de Primeira Instância. Nesse caso, até mesmo na Segunda Instância, pois Denarium recorreu à Terceira Instância.
Hiran Gonçalves, que foi eleito pegando carona no derramamento de dinheiro promovido por Denarium e que terminou em três cassações, também criticou a Justiça. Ele disse que a decisão dos juízes é “inusitada”.
“Olá, amigos. Ainda surpreso, mas respeitando absolutamente esse decisão inusitada do TRE de Roraima que decidiu por um partido político não poder apresentar um candidato, como foi no caso ontem, que ele decidiu que o União Brasil não pode ter candidato. Nem Nicoletti, nem Catarina. E muito mais: cerceou o direito do partido que eu presido aqui em Roraima, o Progressistas, que eu também sou vice-presidente nacional desse partido, de me coligar com União Brasil”.
Sem dar nomes e sem deixar nada claro, ao reclamar da determinação da Justiça sobre retirar seu partido da coligação, Hiran tentou dar a entender que há forças ocultas por trás.
“E nós tamos sentindo também que há forças que tentam cercear esse nosso direito, mas muito diferentemente de nos amofinar, nós nos fortalecemos e vamos para uma bela batalha e para uma grande vitória no dia 6 de outubro”.
O parlamentar quer dizer o que com isso? Que há juízes do Tribunal Regional Eleitoral mancomunados com alguém? Quem? Seria bom o senador esclarecer sua fala para não manchar reputação daqueles que fazem valer a lei em Roraima.
Mas vamos fazer as contas aqui. O pleno do TRE-RR conta com 7 juízes. Duas desembargadoras; dois juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça; 1 juiz federal, escolhido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, bem como 2 advogados, nomeados pelo presidente da República, escolhidos dentre 6 advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
Votaram a favor de Catarina Guerra no julgamento de ontem os dois advogados (juristas) indicados pelo TJRR e que são procuradores do Governo do Estado. Um deles, o relator do processo julgado ontem, inclusive, atuou durante vários anos como procurador-geral adjunto na gestão de Denarium. O outro é muito próximo. Apenas o juiz federal acompanhou os dois procuradores.
Votaram por seguir as diretrizes nacionais do União Brasil para anular a convenção e deixar o partido fora da disputa pela Prefeitura de Boa Vista: as duas desembargadoras. assim como os dois juízes de Direito.
Sendo assim, Hiran poderia deixar claro se é deles que está falando quando diz que está sentindo que “há forças que tentam cercear esse nosso direito”?
Quem acompanhou o julgamento, viu quando uma das desembargadoras falou que advogados do caso a procuraram. Mas ela se trancou em casa e não aceitou receber ninguém. O advogado citado por ela compõe a defesa de Catarina.
E aí, Hiran?
Fonte: Roraima em Tempo