FARRA COM DINHEIRO PÚBLICO

O desleixo com prótese peniana e com Chico Gasolina

Enquanto o eleitorado discute inutilidades como o retorno do voto impresso, abusos e farras com o dinheiro público ocorrem sob o desleixo do eleitor, como pagarmos R$ 55 mil reais para que o cantor e então dublê de deputado federal Sérgio Reis, na época com 78 anos, colocasse uma prótese no seu pênis.

Dinheiro publico usado para o extremo bel prazer sexual de um deputado com a cumplicidade dos orgãos de fiscalização, não é? 

A verba indenizatória que todo parlamentar tem o desfrute é prevista para gastos de interesse público e para o bem da sociedade. Bancar cirurgia para velho funicar ou tentar funicar estrapola o festival, a farra, a esbórnia que vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores fazem com o dinheiro do contribuinte enquanto em todos os hospitais públicos faltam remédios.

Há três anos, ficamos sabendo que a Câmara dos Deputados, ou seja, o eleitor, pagou R$ 160 mil para implantes de lentes dentárias do deputado Marco Feliciano que é pastor evangélico o que demonstra que o escárnio com o dinheiro público é cometido independente de religião, de decoro e de qualquer coisa que se pareça, minimamente, com a palavra ética.

CHICO GASOLINA - Antes de ser flagrado com R$ 33 mil reais enterrados na cueca, o senador Chico Rodrigues há quase 15 anos foi flagrado em reportagem da Folha de S. Paulo em gastos com gasolina em notas fiscais - provavelmente frias - que somavam litros de combustível que dariam para dar algumas voltas ao redor da Terra.

Até hoje, Chico Rodrigues ou "Chico Gasolina" como o saudoso Ottomar Pinto lhe batizou é o campeão de gastos com combustiveis no Congresso Nacional. Agora, quem acredita que boa parte do dinheiro gasto com a gasolina de Chico não foi enterrado em alguma cueca?

O uso de dinheiro público por deputados e senadores é confundido como se deles o fosse. Esse uso descarado é criminoso mas não punido devido à cumplicidade dos orgãos de fiscalização, e mantido porque o eleitor permite que esses crimes continuem a ocorrer, preferindo debater inutilidades como o voto impresso enquanto seus bolsos são saqueados para implante de prótese peniano, lentes dentarias e para deputado, como Chico Gasolina, passear dando voltas na Terra.