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Edersen Lima

Moral de um metro e meio de altura


 
 
Moral de um metro e meio de altura
Brasília - Do alto do seu metro e meio de altura, o deputado Mecias de Jesus fez jus ontem no plenário da Assembléia Legislativa ao diagnóstico feito pelo então \"\"deputado Iradilson Sampaio, médico veterinário, que apontou desconfiança de que o colega "estivesse acometido com o mal da vaca louca", alcunha que o acompanha até hoje, justamente pela forma descompensada e estritente com que Mecias usa a tribuna.
 
Ontem não foi diferente, e por pouco não se viu o homem do milagre da multiplicação dos bens repetir agressão que cometeu contra um colega de parlamento, usando o microfone. Mas palavras  chulas, de baixo calão e ofensivas pipocaram de sua boca a ponto de companheiros da oposição lamentarem ainda em plenário do comportamento de quem faltou integralmente ao decoro chamando colega de "corrupto" e "ladrão", fazendo considerações sem denominar quem, de "drogado", de "boiola", de "corno" e "chifrudo". Pergunta-se: isso são termos que um ex-presidente de um Poder use para expressar o seu pensamento?
 
Mecias, ao usar o termo "boiola" demonstra intolerância com quem tem opção sexual, acredita-se, diferente da sua. Isso é homofobia, crime de discriminação, em considerar tais cidadãos como algo que não presta, que não serve, que sabe-lá o porquê do seu entendimento, algum tipo de criminoso, embora, acredita-se também que muitos homossexuais (ou boiolas, como ele chama) tenham votado nele. 
 
Devido a pais repressores e homofóbicos que muitos jovens, quando fora dos seus olhos, vivendo em outras cidades, assumem suas preferências, muito embora quando próximos, à altura dos olhos, finjam ser o que não são. Uns, com certo poder, pagam por "namoradas" para disfarcar. Até tiram fotos e postam em redes sociais para agraderem seus pais.
 
O que ficou bem claro é que para Mecias, ser homossexual é algo ruim. É ofensa, tanto que ele xinga alguém por essa condição. Mas não tem coragem, como cabra macho que pelo visto se julga ser, em dar nome aos bois. "Mecias, cercado de seguranças, é um dos homens mais valentes que Roraima conhece", garante um deputado colega de longas datas.
 
A Comissão de Direitos Humanos da OAB, o Ministério Público Estadual e as entidades de defesa de minorias podem muito bem enquadrar o intolerante Mecias de Jesus em crime de discriminação, em crime de ódio. 
 
Outro ponto do discurso no melhor estilo "vaca louca" do homem do milagre da multiplicação dos bens, é quando ele chama o colega George Melo de "corrupto". George Melo não responde a nenhum processo judicial. Nem por reconhecimento de paternidade, nem por multa de trânsito e muito menos por corrupção. Já o probo Mecias de Jesus, responde 27 ações judicias (Justiça Federal em Boa Vista e em Brasília, e no Tribunal de Justiça de Roraima), a maioria por peculato, desvio de dinheiro público e formação de quadrilha. Mecias é reú junto com a mulher Darbilene Rufino, essa presa na operação Praga do Egito, acusados de gafanhotagem.
 
Mecias pediu uma CPI para esclarecer enriqueimento patrimonial do governador. Poderia aproveitar a oportunidade e explicar como saltou de uma patrimônio declarado à Justiça Eleitoral de apenas R$ 56 mil, para mais de R$ 1,3 milhão em 10 \"\"anos. Justamente, durante o período em que vigorou os "gafanhotos" e que foi presidente da ALE, quando ocorreu a tal reforma do prédio de quase R$ 30 milhões.
 
Mecias quer a CPI das Terras e prometeu renunciar se alguém prove que ele é grileiro. Bom, então pergunta-se: como ele montou a fazenda que tem no Sul do estado, e por que o filho Jonatan de Jesus, então estudante que vivia em outro estado se tornou procurador com total poderes para fazer o que bem entendesse com três áreas rurais?
 
As procurações passadas a Jonatan, que morava em Manaus, eram todas "em caráter irrevogável, irretratável e sem prestação de contas, regularizar, desmembrar, vender, tranferir, ceder, doar, ou de qualquer outra forma alienar, para si ou para terceiros, o imóvel rural de propriedades dos outorgantes", ou seja, as terras foram passadas para ele com total uso fruto, e que destino ele deu a elas, Mecias? 
 
Amigo leitor, com os mesmos plenos poderes e também em "caráter irrevogável, irretratável e sem prestação de contas", Jonatan de Jesus foi outorgado procurador de José Raimundo Rodrigues, o Jota R, que guardou os R$ 750 mil de Jonatan debaixo da cama, e de Lidiane Rodrigues Silva (mulher de Jota R), para regularizar, desmembrar, vender, tranferir, ceder, doar, ou de qualquer outra forma alienar, para si ou para terceiros, o imóvel rural de propriedades dos outorgantes constituído como Sítio Capim Verde, localizado na Vicinal 32, lote n° 1380, cadastrado no Incra sob o n° 9500258145718, com área total de 70 hectares". Ver abaixo:
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Pergunta-se: Por que Jota R passou procuração para Jonatan que vivia em Manaus haja vista que Jota todo fim de semana vai para região onde se localiza o "seu" sítio"? 
 
O casal Vanilde Pereira de Oliveira e Joel da Cunha Silva, também outorgou como procurador, Jonatan de Jesus, igualmente com total e plenos poderes para "em "caráter irrevogável, irretratável e sem prestação de contas, regularizar, desmembrar, vender, tranferir, ceder, doar, ou de qualquer outra forma alienar, para si ou para terceiros, o imóvel rural de propriedades dos outorgantes constituído como Sítio Sonho Azul, localizado na Vicinal 32, lote n° 386, cadastrado no Incra sob o n° 9500258145637, com área total de 403 hectares". Ver abaixo:
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O motivo de tais procurações em "caráter irrevogável, irretratável e sem prestação de contas" que mais parecem documentos de transferência das áreas rurais para Jonatan de Jesus não consta nos registros do cartório. 
 
Chama a atenção que as procurações tenham sido dadas a Jonatan que, na época, morava em Manaus onde estudava Medicina na Faculdade Nilton Lins. E chama mais atenção o fato dele ter se cadastrado como "produtor rural" pleiteando regularizar para sí o imóvel rural Fazenda Sonho Azul, em 15 de junho de 2010, de acordo com número 54390.000220?2011-87 de identificação do Incra.
 
Sabe-se que, por lei, que o interessado, seja quem for e o que for, só pode ter um lote inscrito em seu CPF. No entanto, no caso de ser apenas procurador dos proprietários, porém, com plenos poderes para "regularizar, desmembrar, vender, tranferir, ceder, doar, ou de qualquer outra forma alienar, para si ou para terceiros", as áreas ficam sob controle e domínio sem que o seu CPF limite e impeça de possuir tais áreas como bem entender
 
Responde isso, Mecias!
 
Diante do que aqui foi exposto, como falta de decoro parlamentar, descontrole emocional, homofobia e sintomas de acometimento do mal da vaca louca, vê-se o nível da política que se pratica em Roraima. Vê-se o tamanho do político que é Mecias de Jesus.  Vê-se o tamanho da sua moral. Moral essa, proporcional e condizente com o seu metro e meio de altura.
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