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Edersen Lima

O bandido é o povo


O bandido é o povo

Brasília - Com toda razão, Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler, pregava que "uma mentira contada mil vezes, torna-se uma verdade". Essa foi a estratégia petista para desmontar o que o Supremo Tribunal Federal não engoliu: o \"\"mensalão existiu e o resultado todos sabem. Os principais envolvidos, acusados e réus, foram condenados a pagamento de multas e prisões.
 
Ontem à noite fiquei sabendo da última do "jornal do Getúlio". Não me surpreenderia que, provavelmente, pautado pelo próprio Getúlio Cruz, o jornal publicou uma pérola que só pode ter sido inspirada em Goebells e na frustrada estratégia petista.
 
Publicou o "jornal imparcial": "O que foi o “caso gafanhoto”? Nada mais do que um grande esquema para garantir uma renda por meio de cargos comissionados a pessoas que sempre desejam uma boquinha do governo para receber sem trabalhar. Trata-se de um cala-boca dos políticos ao povo, uma divisão do despojo para alimentar a sanha de pedintes de gabinetes."
 
Quer dizer que, as procurações a pessoas que desconheciam por completo que estavam empregadas no governo, que assinaram procurações em cartório e que foram usados de forma criminosa, com os procuradores sacando em seus nomes seus salários e ficando para sí, enriquecendo, como a PF e Ministério Público Federal apuraram, não é verdade? Quer dizer que o Escândalo dos Gafanhotos se deu foi por causa de  milhares de vagabundos que não queriam trabalhar?
 
Essa, o "jornal do Getúlio" se superou.
 
Em 2003, quando apenas o Fontebrasil informava que a Polícia Federal estava investigando e que prisões ocorreriam, o "jornal do Getúlio" publicou que estávamos "plantando notícia". Quando as prisões aconteceram, os leitores do Fonte não se surpreenderam. A história está aí para mostrar.
 
Ontem, na mesma balada, "o jornal do Getúlio" aponta que as contratações temporárias feitas pela Prefeitura de Boa Vista, prefeitura essa que está quebrada e que de 2007 a 2011 teve o próprio Getúlio como super secretário de Finanças, de Planejamento e de Fazenda, tem semelhança com os "gafanhotos".
 
Há controversas: Primeiro, no mês passado houve demissão geral no quadro de servidores comissionados da PMBV, e quem foi contratado não inchou em nada a folha de pagamento do Município. Segundo, os "gafanhotos" como consta na ação do MPF, recebiam sem saber que eram contratados e serviam apenas para enriquecer uma "quadrilha" que tinha como chefe, Neudo Campos.
 
O "jornal do Getúlio" com esse papo de que os "gafanhotos" não passaram de um esquema, de uma "boquinha" que os bons e doces políticos tinham que saciar a "sanha de pedintes de gabinetes", quer na maior cara-de-pau esconder a verdade de fatos, de documentos levantados, de depoimentos prestados, e desqualificar um trabalho minuciosamente realizado pela Polícia Federal e Ministério Público Federal, e acatado pela Justiça.
 
Com as devidas e justas proporções em citarmos Goebbels, está claro o que parece pretender o "jornal do Getúlio" em publicar algo que poderá repetir a partir de agora por mais mil vezes: O Escândalo dos Gafanhotos "nada mais (foi) do que um grande esquema para garantir uma renda por meio de cargos comissionados a pessoas que sempre desejam uma boquinha do governo para receber sem trabalhar. Trata-se de um cala-boca dos políticos ao povo, uma divisão do despojo para alimentar a sanha de pedintes de gabinetes". Ou seja, o bandido é povo.
 
Prisões de "gafanhotos": http://www.youtube.com/watch?v=rQ5Wbupy0NU

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