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Edersen Lima

Não foi para essas atividades parlamentares que Mozarildo foi eleito


Não foi para essas "atividades"
que Mozarildo foi eleito 

Amigo leitor, veja como anda a sensibilidade do senador Mozarildo Cavalcanti. Ele agora está processando judicialmente, eu e o Fontebrasil, e cobrando R$ 150 mil de indenização por causa da legenda e da nota que publiquei aqui na Opinião Formada. Ver abaixo:
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Eu pergunto: Aonde está a ofensa em publicar que um restaurante possa ser "sugestão gastronômica" de um senador, de uma pessoa pública que é referência de status social e de inigualável liderança política do seu estado?
 
Ora, pessoas desse nível para serem referências na moda, no comportamento, no gosto musical, no estilo de vida e na gastronomia, não precisam dizer nada. Basta que tais comportamentos ou hábitos se tornem públicos. Isso faz parte do mundo em que vivemos. É natural que um senador com dois mandatos, que detém invejável liderança política (como a de Mozar) seja referência de tudo o que faz na vida pública. Seja para o bem ou para o mal.
 
O que o Fontebrasil e eu publicamos foi tão somente a ida de um grupo de pessoas ao restaurante que Mozarildo Cavalcanti frequenta e que põe a conta para ser paga via verba indenizatória (dinheiro do contribuinte) como pode ser comprovado no site do Senado, na área da Transparência.
 
Desde 2010, Mozarildo degusta os cortes de carnes nobres argentinas servidas no Pobre Juan. Isso será mostrado à Justiça. Como também será mostrado o número de vezes em que foi ao Pobre Juan e outros restaurantes requintados de Brasília; os valores "singelos" das contas pagas via verba indenizatória (dinheiro público) e os dias em que, para desfrutar de tal verba é necessário estar em "atividades parlamentares" como dita regra de seu uso determinada pelo Senado Federal.
 
Assim sendo, o restaurante Pobre Juan se tornou conhecido para muitos roraimenses que quando viajam a Brasília fazem questão de ir lá, graças ao senador Mozarildo, que se tornou referência daquele estabelecimento, como se pode observar nas notícias sobre o restaurante publicadas na imprensa, e que também serão levadas ao conhecimento da Justiça. 
 
O que Mozarildo reclama e se sente ofendido, tanto que ingressou com tal ação judicial contra eu e contra o site, é que seus hábitos gastronômicos em usar verba indenizatória (paga pelo contribuinte) em restaurante de luxo foram expostos. Gastos em restaurantes em fins de semana e durante recesso parlamentar de R$ 500, R$ 1 mil, R$ 2 mil e até superior a R$ 3 mil em "alimentação" se tornaram públicos. Se isso constrange o senador, a culpa não é nossa.
 
O que se notou é que, ao contrário dos colegas também senadores por Roraima, Romero Jucá, que não gasta nada com "alimentação" e Angela Portela, que nunca gastou nem 10% da média degustada pelo senador bom de pratos requintados, a verba indenizatória que nós, contribuintes, pagamos para ele, é exacerbadamente usada em restaurantes de luxo. Se isso também constrange o senador Mozarildo, a culpa disso também não é nossa pois ninguém aqui tem verba indenizatória para tal proveito e muito menos somos nós que mandamos ele ir lá arrumar a conta pra gente pagar.
 
Segundo determina a Mesa Diretora do Senado, "a verba indenizatória é para despesas com atividades parlamentares", e não para bancar viagens a passeio, hospedagens em hotéis de luxo quando em visita a familiares, almoços e jantares em restaurantes chiques sem qualquer relação com atividade parlamentar, ainda mais em fins de semana e no recesso parlamentar como pode ser comprovado nas prestações de contas do senador Mozarildo. 
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Veja amigo leitor o exemplo na prestação de contas de Mozarildo, acima: No dia 27 de março de 2011, um domingo, adivinhe aonde ele usufruiu de "verba para atividades parlamentares"? Resposta: no Pobre Juan. Naquele domingo ele gastou R$ 371,80 em "alimentação" ou o equivalente a uma cesta básica e meia. Também em outro domingo, no dia 13 de março, Mozarildo, novamente em "atividade parlamentar" usufruiu mais R$ 888,80 no RPS Bar e Restaurante, também especializado em carnes nobres, em Brasília.
 
O mesmo, ele fez no dia 6 de março de 2011, outro domingo, no mesmo RPS, com conta de R$ 916,00 em "atividades parlamentares". Um dia antes, no sábado, dia 12 de março de 2011, Mozarildo, novamente em "atividads parlamentares" jogou R$ 523,60 para o contribuinte pagar em almoço no restaurante Francisco do Park Shopping, um dos mais requintados de Brasília. Pelo valores das contas dominicais, nota-se que Mozarildo tem muita "atividade parlamentar" para suprir ou será que o contribuinte banca tais refeições para mais gente?
 
Ficamos só no mês de março de 2011, mês que até que pagamos menos em verba indenizatória para o senador que se tornou referência de alta gastronomia para os roraimenses. Portanto, não foi preciso Mozarildo dizer nada para virar garoto propaganda do Pobre Juan, e se transformar em símbolo de refinado gosto culinário. A notícia de seus hábitos fizeram isso por ele.
 
Quanto à declaração do coronel Paulo Jorge Lhamas, a Coluna apenas reproduziu uma declaração dele em relação às atividades parlamentares que todo senador, tem.
 
Na ação que move contra eu e o Fontebrasil, Mozarildo alega que quero "passar para toda população de Roraima, assim como para os leitores do site, que o autor (Mozar) utiliza indevidamente a verba indenizatória do Senado para o seu deleite". Aonde, amigo leitor, escrevi que o senador bom de pratos refinados "utiliza indevidamente a verba indenizatória" na foto e na nota que publiquei?
 
Até as pedras soltas do Beiral sabem que o verdadeiro motivo de Mozarildo ingressar com ação contra eu e o Fontebrasil é claro: ele quer nos constranger e intimidar com ações judiciais.
 
Já são 18 processos, todos nessa mesma linha de querer nos condenar por qualquer comentário ou critica que fazemos sobre suas atividades parlamentares. O que realmente ele quer é nos impor uma mordaça que impeça a sociedade de saber como é representada por ele no Senado. Uma vergonha.
 
Sim, uma vergonha, porque não foi para esse tipo de "atividades parlamentares" que Mozarildo foi eleito.
 
Posteridade
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Neudo Campos e Mecias de Jesus firmes no apoio à chapa "OAB para Todos" que concorre à presidência da OAB roraimense. Um tem o amigo e sogro de uma filha, Josué Filho, na chapa. E o outro, tem o amigo e advogado particular Chiquinho Guimarães, também na "OAB para Todos".

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