- 20 de agosto de 2025
Palco e holofotes da oposição
Amsterdam - O vereador Telmário Mota anunciou que será um fiscal em tempo integral da administração da prefeita eleita Teresa Surita. Sem mandato até 2014, quando pretende disputar uma vaga para Câmara dos Deputados, Telmário conta como certo os 30 mil votos que obteve vão estar garantidos se se mativer na mídia em meio aos
holofotes da oposição. "Vou ficar no encalço dos vereadores e da prefeita eleita para que os trabalhos sejam exercidos com dignidade", anunciou o vereador.
Pena que só agora, não é Telmário?
Por mais de quatro anos, Telmário não fiscalizou o que poderia ter fiscalizado. Tanto isso é verdade que, a maioria dos seus programas, ele mostrou descasos com ruas, avenidas, valas abertas, postos de saúde fechados e outros pontos negativos da gestão de Iradilson Sampaio que fazem parte da realidade do boavistense há pelo menos cinco anos, tempo que Telmário foi líder do prefeito e braço armado na Câmara Municipal, do professor da dragagem, Getúlio Cruz, que por cinco anos empregou a política administrativa-econômica e financeira do município.
Telmário mais que apoiou a política babalaônica de Getúlio. Fez à época, ouvidos moucos às reclamações contra as ruas esburacadas e mal iluminadas, avenidas alagadas, valas abertas e postos de saúde fechados. As mesmas reclamações que ele, há duas semanas como candidato a prefeito, criticava e culpava as administrações passadas. Esqueceu de fazer isso por mais de cinco anos, tempo em que está na Câmara de Vereadores.
Sem mandato a partir de janeiro próximo, o que resta a Telmário é isso, buscar apoio junto ao amigo Getúlio Cruz, com quem na campanha de 2008 formou dupla de apoio à re-eleição de Iradilson.
Sim, se há alguém que teve grande responsabilidade pela re-eleição de Iradilson, esse alguém é Telmário Mota. Se agora a "fiscalização" dele sobre os descasos do prefeito só apareceram na campanha eleitoral e promete ser diária na administração de Teresa Surita, faz parte do seu script. O palco, Getúlio se encarregará de montar.
Mas o que o "candidato dos 30 mil votos" erra, e feio, é acreditar que esses 30 mil votos estão fechados com ele. Alí, é claro que ele teve os dos aliados, dos simpatizantes, mas também os de protesto contra Mecias de Jesus e Teresa Surita; os de farra que votaram "num doido"; os sem opção e dos conquistados nos programas de TV, mas que foram só demomento. Aliás, fechado mesmo, não chega a um terço desses 30 mil votos.
Esse filme já rodou em Roraima com Aírton Cascavel e Augusto Botelho como protagonistas, um em 2000, e outro em 2006, quando depois de eleitos com esmagadoras votações para Câmara (1998) e Senado (2002), se candidataram a prefeito e governador, respectivamente, e não obtiveram mais que cinco mil votos um e 10 mil votos o outro. Um vergonha. Aliás, duas vergonhas!
De certo mesmo, só a certeza de que Telmário ficará, sim, de "no encalço" de vereadores e da prefeita. Claro, só assim terá o palco e os holofotes da oposição.
Enquanto isso, correndo atrás do prejuízo...
