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Opinião Formada

Mero repeteco de 2002


Edersen Lima
De Brasília


Mero repeteco de 2002

A vida imita a arte ou é arte que imita a vida? O certo é que na vida tudo tem o seu momento, mas a ansiedade em assumir o governo demonstrada pelo vice-governador Chico Rodrigues o tem colocado a bater de frente com o secretariado do governador que ainda está no cargo pelo menos pelos próximos dois anos, José de Anchieta. O momento não é para isso.

Secretário de Agricultura, Chico vive perambulando por outras secretarias "fiscalizando" e lembrando aos seus colegas secretários de Anchieta que "está anotando tudo no seu caderninho" para executar o que anotou quando assumir. Não é assim, sob ameaças de demissões, que a banda toca.

O vice governador já comentou mais de uma dezena de vezes que irá mudar todo secretariado quando virar governador. Passar o rodo no secretariado de Anchieta é um direito de Chico. \"\"Porém, tem que ver se Anchieta diante dos fatos que vêm ocorrendo irá arriscar deixar o governo em que todos os seus secretários serão demitidos e outros, sem qualquer compromisso com ele, irão assumir. Qual secretário de Chico se envolverá na campanha de Anchieta?

Esse filme foi visto em 2002 e Neudo Campos, o protagonista dele, está aí forte e saudável para contar a Anchieta e lembrar Chico que estava em seu palanque.

Depois de sete anos e quatro meses no governo, Neudo, desgastado, saiu para disputar o Senado. Não contou com apoio nem de um décimo do secretariado de Flamarion Portela que assumiu no seu lugar, e viu as secretarias de Saúde, Educação e de Bem Estar trabalharem e elegerem o médico Augusto Botelho enquanto amargurou o quarto lugar, ficando atrás de Romero Jucá, Augusto e Marluce Pinto.

Chico vem dando clara demonstração de que, para se eleger não pensará duas vezes para firmar acordos com A, B, C e G, de Getúlio Cruz, que descobriu ser agora seu amigo-irmão camarada do peito de longas datas e sentimento mais que fraterno. Some-se a tudo isso a já declamada ânsia de governar do vice.

Em três ocasiões, com Anchieta viajando, Chico teria assinado ordens de publicações no "jornal imparcial" do qual Getúlio é o babalaô (conselheiro, mente pensante). O vice governador alimenta o veículo que mais ataca o governador, e que historicamente se envolveu em todas as eleições do estado. Nos últimos 22 anos, Getúlio foi candidato junto com o irmão Salomão Cruz a quase tudo em Roraima.

Por fim, Chico, doido para governar, deu dois by pass - ou furou o olho com se diz hoje por aí - em Anchieta. Primeiro, inaugurou uma estrada, a do Cajú, quando o titular estava viajando. Gostou da idéia, e logo em seguida, inaugurou o conjunto residencial Cruviana, também quando o chefe do governo e autor da obra, estava fora do estado. Isso tudo, ainda sendo apenas o vice.

Em 2014, com Chico Rodrigues, suas "anotações no caderninho", firmando aliança com Deus e o mundo, querendo a todo custo o apoio de Getúlio Cruz, e sabendo que será a sua única chance de ser governador, quem garante que o filme de 2014 não será mero repeteco de 2002?
 
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