- 20 de agosto de 2025
Edersen Lima
De Brasília
"Anchieta não ouve ningém"
Volta e meia ouve-se falar que o governador José de Anchieta é um tutelado, que não tem vontade própria, que se deixa comandar por forças políticas alienígenas. Essa lengalenga não é, sequer, novidade. Aconteceu o mesmo em passado um tanto recente com o ex-governador Flamarion Portela.
Quem convive com membros da base aliada que dá sustentação ao governo, não se surpreende com comentários que seguem outra direção, bem diferente
da falácia de uma possível subserviência do “chefe” aos desejos alheios de aliados. O que se comenta abertamente é, pasmem!: “Anchieta não ouve ninguém".
Essa queixa ou constatação parte de todos – repete-se, todos – os aliados mais próximos do governador e até de secretários. Ora, se Anchieta "não ouve ninguém", como se justifica a afirmativa contrária, que se trata de um "tutelado", uma “marionete” na mão de políticos e correligionários experientes como afirmam alguns oposicionistas?
Se Anchieta e Flamarion – este último, na sua época – não tinham ou têm a força política assemelhada à exercida pelo brigadeiro Ottomar Pinto, isso é uma coisa. Mas muitos hão de se lembrar o quanto o saudoso governador era "maria-vai-com-as-outras".
É segredo de polichinelo que Ottomar se emprenhava pelo ouvidos com extrema facilidade. Principalmente, quando algum de seus “informantes” lhe fazia confidências estapafúrdias, a velha fofoca. Ottomar tinha o costume de colocar como adjuntos de seus secretários, sempre alguém que batia de frente com o titular. Assim acabava um informando o que o outro fazia de errado ou suspeito, e Ottomar decidia o que fazer.
Quantas pessoas inocentes não foram perseguidas e prejudicadas em razão dessas frituras? A verdade é que os fuxicos alardeados pelos pelegos eram e continuam sendo ouvidos no Palácio Hélio Campos. Mas a decisão, os rumos e caminhos tomados são sempre de inteira responsabilidade e vontade explícita do governador de plantão. Como dizem: "ninguém manda em governador."
Se assim não fosse, muitos políticos não repetiriam até hoje o velho jargão “Ah, se o Flamarion tivesse me ouvido..." ou, na atual conjuntura, "o Anchieta não ouve ninguém".
Vandalismo combinado
Gravações divulgadas ontem pelo "Jornal Nacional" mostram o líder da greve da PM baiana, o ex-policial Marco Prisco, combinando ato de vandalismo com outro grevista. O interlocutor de Prisco diz que vai "queimar viatura" em rodovia. O líder responde: "Fecha a BR, aí meu irmão, fecha a BR!". Prisco afirmou que a conversa é uma montagem e que o objetivo era "lotar" a estrada com manifestantes.
Vinculação
"O material demonstra a vinculação de lideranças com a prática de atos de vandalismo para aterrorizar a população", disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Arruaça
Cerca de 300 grevistas estão amotinados na Assembleia Legislativa da Bahia, em Salvador. O prédio está cercado pelo Exército, que voltou a cortar luz e água, deixando o clima tenso.
Pergunta-se: Quer fazer greve, faz, mas para quê invadir um prédio público?
Resultado
Os PMs baianos estão em greve desde 31 de janeiro, data a partir da qual foram registrados casos de vandalismo e aumento da violência no Estado -foram 136 homicídios, aumento de 238% em relação ao mesmo período de
2011.
Só tem a cara de leso
E em Roraima tem gente batizada de "arruaceiro profissional" que usa dinheiro público, do contribuinte, em passagens aéreas e diárias para apoiar coisas desse tipo praticada pela PM baiana.
"Não é greve, é um motim!"
Para o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, João Oreste Dalazen, o movimento dos PMs na Bahia - com a ameaça de se espalhar pelo país - não é greve, mas um "motim".
"É inconcebível greve de um poder armado, que deixa toda a população desprotegida, desamparada e refém dos grevistas", disse.
Constituição é clara
O chefe da Justiça trabalhista entende que a Constituição é clara: é proibido greve de militares, valendo tanto para membros das Forças Armadas quanto para PMs - que chama de "força auxiliar e reserva do Exército".
Ação Arguivada
O Supremo Tribunal Federal arquivou ontem a ação impetrada pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) que pedia 4,8% de reajuste aos magistrados federais. A Ajufe queria que o Supremo determinasse o aumento por conta da “omissão” do Congresso Nacional em aprovar o Projeto de Lei. Isso porque a proposta foi encaminhada ao Congresso em agosto de 2011 e, até o momento, não foi analisada. Porém, a Corte entendeu que “não está caracterizada situação de mora legislativa”, já que o Congresso não teve um “prazo razoável” para finalizar a apresentação do projeto.
Regras mantidas
Ao concluir ontem o julgamento sobre os poderes do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu manter regras criadas pelo órgão a serem cumpridas pelos tribunais locais nos julgamentos administrativos contra seus magistrados.
Entre elas, estão mantidas, por exemplo, a criação de um limite de 140 dias para a duração de todo o processo disciplinar contra um juiz ou de um prazo 15 dias para que o investigado apresente sua defesa prévia.
Posse
O ex-deputado estadual Zé Reinaldo tomou posse ontem na presidência da Codesaima. Assumiu no lugar de Ramiro Teixeira que presidiu a estatal por
três anos.
Agradecimento
Assessor braço-direito que em oito anos de salário de servidor público levantou casa de R$ 1,2 milhão, fora os carrões do ano, viajou para agradecer e pedir proteção aos santos e orixás pelo milagre da multiplicação que aprendeu com o amigo-chefe ao lado, senhor de todos os milagres.
Macaco Simão:
E o meu slogan pro Carnaval na Bahia: "Viva a Pipoca! Abaixo o Pipoco!". E eu já sei quem é que eu vou mandar pra negociar com a PM: a Rita Lee! Rarará!
E adorei a charge do Pater com o soldado do exército: "General, minha esposa não acredita que fomos designados para passar o Carnaval na Bahia a serviço". Rarará!