- 20 de agosto de 2025
Incentivo ao Crime
Falta de respeito generalizada. Parece ser este o sentimento que toma de assalto o país nestes primeiros dias de 2012. E isso não é fruto de ações recentes. É produto de uma semeadura de décadas. O comportamento de políticos importantes como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual governador baiano, Jaques Wagner, dão o tom da marcha rumo ao caos.
Apesar de a greve de policiais militares ser proibida pela Constituição Federal de 1988, o então candidato à Presidência da República pelo PT, em 2002, incentivou a paralisação dos PMs baianos naquele ano. Lula disse à imprensa, na ocasião, que “qualquer trabalhador tem direito de fazer greve por melhores salários”. Até mesmo quando isso é vedado pela Carta Magna do país.
O atual governador daquele estado, Jaques Wagner, na época deputado federal, chegou a tirar dinheiro do próprio bolso para incentivar a continuação do movimento, buscando desmoralizar o então governador César Borges. Hoje, Wagner prova do mesmo veneno, fazendo valer a lei da semeadura. O que se planta, colhe-se.
Ao promover a anistia de criminosos declarados (ao aderir à greve, PMs saem da legalidade e passam a engrossar a lista dos criminosos, sim, senhor!), o governo petista nada mais faz que incentivar a infração à lei. Esse incentivo é público e notório. Não à toa, desenha-se uma deflagração total nas Polícias Militares Brasil afora.
A bola da vez parece ser a PM do Rio de Janeiro. O grupo intitulado SOS PMERJ prometeu uma paralisação – já programada – para o dia 10, próxima sexta-feira, em retaliação a qualquer ato de “covardia” praticado pelas forças de emergência contra os PMs amotinados na Assembleia Legislativa da Bahia.
Ao se esconderem nos intestinos da Assembleia Legislativa, os PMs infratores, buscam, quem sabe, maior guarida para seus atos insanos. Insanos porque já são contabilizadas mais de 90 mortes ligadas à omissão ao trabalho. Se a PM estivesse na rua, mantendo a ordem e a paz social, mais da metade desse contingente não teria perdido a vida.
O país necessita urgente de medidas constitucionais – ou melhor, de cumprimento de medidas constitucionais preexistentes –, que impeçam acordos que incentivem tais greves. A anistia aos grevistas é, sim, um incentivo.
Quem entra na PM, voluntariamente, sabe o que o espera. Sabe que não vai ficar rico. Ser PM é sacerdócio. Lutar por melhores soldos é legítimo, porém, perde o sentido quando vidas humanas estão em jogo.
Quando isso ocorre, a sensação que se tem é que não faz sentido a existência de um órgão que inverte suas obrigações. Quem deve defender, mata? O País não pode mais incentivar esse tipo de desordem, de irresponsabilidade com a população.
Ontem foi a PM do Ceará a cruzar os braços. Hoje, a da Bahia. Na sexta-feira, a do Rio de Janeiro. Qual será a próxima? Quem sabe não será a de Roraima? Afinal, estamos em ano de eleição. E parece que liderar furdunço gera dividendos políticos. Que o diga o deputado conhecido como “Arruaceiro Profissional”, líder da greve dos PMs roraimenses em 2009, e que viaja a custa do Erário para dar o seu incentivo.