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Opinião Formada

Ratos pequenos


Ratos pequenos

Edersen Lima
De Lisboa

Neste sábado (4), a greve da Polícia Militar baiana entrou no seu quinto dia, com resultado desastroso para a população:  até às 9h, 29 pessoas mortas violentamente. 13 delas, somente na madrugada de sexta-feira para sábado.  Além dos assassinatos, proliferam em território baiano assaltos, arrastões, saques a estabelecimentos comerciais e todas as formas de vandalismo. Verdadeiro terror.

A sociedade, que paga os merecidos soldos dos policiais militares, sofre involuntariamente pelo abandono a que está relegada. É claro que nem todos os assassinatos seriam evitados caso não houvesse a paralisação dos PMs. Mas, com certeza, a perda de vidas humanas seria menor.  Bem menor.

Este não é o primeiro movimento de paralisação de uma PM neste ano de 2012, que nem bem começou. No ano passado, governos de Rondônia, Maranhão e Ceará tiveram que segurar a batata quente que caiu, também, nas mãos do congênere roraimense, em 2009. Nesses momentos, o que fala mais alto é a falta de responsabilidade para com o cidadão.

Nesses episódios, oportunistas costumam subir feito feijão podre na panela prestes a ferver. Veem no movimento possível palanque eleitoral. Foi assim em Roraima, onde o líder do furdunço - em que se meteram PMs e alguns bombeiros militares - conseguiu votos mínimos porém suficientes para ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa (ALE), nas últimas eleições.

E o que é pior, esse “representante” do povo na ALE não se faz de rogado. Usa de contorcionismos espúrios para estar presente em qualquer ponto do país onde uma greve de PM ouse açoitar a população, e de preferência, com diárias e passagens pagas pela Casa legislativa. Aliás, no frigir dos ovos, não deixa de ser a própria população a arcar com os custos por meio de escorchantes impostos cobrados.

Assim, é bem provável que a ALE, mais uma vez, a exemplo das greves ocorridas nas PMs de Rondônia e do Maranhão, venha a emitir passagens e sacar diárias para que o deputado, chamado pela imprensa maranhense como "arruaceiro profissional", possa fazer média com os ex-colegas de farda, desta vez, na Bahia. Corrigindo, a ALE não, e sim, o contribuinte.

A Constituição Federal, que todo bom soldado diz respeitar e obedecer, afirma ser vedado ao militar o direito de greve (inciso IV, parágrafo 3º do Art. 142). Isso, porque quando tal serviço falta, gera caos na população. A mesma Constituição diz que a população tem direito à segurança, que é proporcionada por esse conjunto específico de servidores públicos (fardados).

O que não se vê na Constituição, no entanto, são alusões aos oportunismos praticados por aventureiros, arruaceiros profissonais, ratos pequenos que comem o queijo estragado em forma de passagens e diárias no serviço público.

Desdobramentos do "limpa" no 381
Sobre o "limpa" no gabinete do deputado Raul Lima, ficou marcado o fim de uma das mais afinadas parcerias no meio político macuxi, entre ele e o veterano jornalista Expedito Peronico, seu braço direito nos dois mandatos na ALE. Há quem aposte que o "limpa" no 381 proporcionará desdobramentos futuros, tipo, eleições de 2014.

Da alentejana série "Autorias Próprias"...

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Arte do grafiteiro brasileiro Daniel Merlin, que pinta prédios pela Europa e América,
no Centro de Lisboa.

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Bondinhos elétricos de Lisboa, tradicionais como os patéis de Belém.

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Trem da trupe do Cirque du Soleil que viaja com cinco espetáculos pela Europa.

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Inverno de sol e frio em Caiscais.

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