- 20 de agosto de 2025
Pra quê escolheu
ser policial militar?
Homens e mulheres da Polícia Militar de Roraima estão prestes a ganhar Estatuto próprio, deixando, então, de se submeter ao similar da Polícia Militar do extinto território federal, que, mesmo caduco, ainda é o único vigente até o momento.
Aprovado por unanimidade pelo plenário da Assembleia Legislativa, há duas semanas, o novo Estatuto depende ainda de sanção do governador José de Anchieta e publicação em Diário Oficial.
Como todas as leis criadas sob o manto do Estado de Direito, o novo Estatuto envolve importante conjunto de normas que visam à humanização do trabalho do policial militar. Direitos que, até então, jamais governante algum em Roraima ousara pensar. Um deles é o encolhimento do tempo de efetivo serviço a ser prestado na ativa pelas mulheres. De 30 anos, passa para 25.
Tudo na vida, no entanto, exige uma contrapartida. Especialmente quando se trata de escolhas. Para quem escolheu ser policial militar, a contrapartida é o trabalho árduo a ser prestado à sociedade – com o sacrifício da própria vida, se preciso for, conforme o juramento prestado ao término do curso de formação ou ao ingressar no primeiro posto, o caso dos oficiais.
Afinal, a sociedade é o legítimo patrão do policial militar. É ela quem lhe paga o salário no fim do mês. Os recursos, oriundos dos impostos e taxas pagos por cada cidadão. Nada mais justo que o cidadão possa gozar de todos os direitos e garantias em termos de segurança, seja em casa, nos deslocamentos cotidianos ou onde quer que esteja.
A presença de policiais militares fardados nas ruas – o chamado policiamento ostensivo – é o que dá a sensação de segurança que tanto a população necessita. É nesse ponto que a máquina começa a enguiçar. Mesmo com a avalanche de direitos que os integrantes da corporação vêm experimentando nos últimos anos – promoções abundantes, entre outros –, o que não falta é reclamação no meio policial militar.
A principal queixa diz respeito à falta de contingente para o policiamento. Quase todo santo dia é estampado na mídia que a PM convive com efetivo reduzido e insuficiente. O governador José de Anchieta anunciou que neste ano serão contratados e treinados 300 novos PMs. Mas a ladainha continua:
esse número não será suficiente para resolver o problema.
O que não se fala é que pelo menos um terço do atual contingente está desviado da função policial militar. O que mais se vê são PMs à disposição de gabinetes de parlamentares. Muitos deles, guarda-costas.
Só o ex-presidente da Assembleia, deputado Mecias de Jesus, tem quatro PMs sob o seu comando. A coisa é tão escandalosa que tem PM ocupando até mesmo a função de motorista particular de suas excelências e carregador de compras em supermercado das respectivas esposas de tais excelências.
O que mais intriga é que essa situação não é de hoje. Vem de longos e largos anos. Parece até que tem PM que prefere viver debaixo das “seguras” asas de influentes políticos, relegando a um segundo plano a honrosa função de guardião da sociedade.
Lugar de PM é no quartel, indo às ruas, fazendo a segurança do público e não servindo como segurança particular de quem quer que seja. Tais excelências ganham muito bem e mais que o suficiente para bancarem com os salários que lhes são pagos pelo erário para pagar seguranças particulares. Falar da falta de contingente todos alardeiam, inclusive políticos oriundos da corporação, como é o caso dos deputados Coronel Chagas, Sargento Damosiel e Soldado Sampaio.
Mas, nem mesmo esses três se dão ao trabalho de levantar a voz na tribuna da Assembléia Legislativa para denunciar o escancarado desvio de função dos PMs. Por que, não querem se contrapor a interesses de alguns companheiros que votam?
Enquanto isso, a população - em polvorosa - que se lixe. Não à toa, a imprensa tem se ocupado, em suas páginas policiais, de dar manchetes e mais manchetes sobre a ocorrência de todas as modalidades de crimes, com predominância para os assaltos. Mas um terço da PM está à sombra servindo de motorista, de carregador de sacolas e de segurança de políticos que algo de bom não fizeram para temerem tanto por suas integridades. É justa essa conta cair no colo do cidadão?
E assim se prevalece a insegurança tão prometida de ser combatida na campanha eleitoral. Vê-se, claramente, que o buraco é mais embaixo. Aquele homem que dirige o carro do deputado poderia muito bem estar nas ruas, inibindo a ação dos meliantes, afinal, foi para isso ou não que ele escolheu ser policial militar?
Observação
O amigo leitor já percebeu como as notícias mudaram no "jornal imparcial" depois que o babalaô (conselheiro) deixou posto honroso e gaboso na PMBV?
Da catalã série "Autorias Próprias":

Tráfego intenso de aviões nos céus da Europa causam impressão de
que cometas caem a toda hora.

Não é Amsterdan, Holanda, mas é Barcelona e os pirulitos de maconha e haxixe a 1,20 euros.

É um foguete? Uma bomba atômica? Uma bala gigante? Não.
É só o prédio da companhia de águas e a estilosa caixa-d\'água
de Barcelona.

Sol, mar e jet ski.