Opinião Formada

Edersen Lima
De Brasília

Fome e sede de poder

O destino de Roraima está nas mãos de sete juízes eleitorais. São eles, Tânia Vasconcelos, Gursen de Miranda, Paulo César Menezes, Erick Linhares, Leandro Saon, Stélio Dener e Jorge Fraxe que vão decidir se, independente de que se mantenha a cassação ou não do governador José de Anchieta, o processo que venha ser desencadeado será melhor ou pior para o estado.

No entanto, parece que ninguém lá pelas bandas do TRE se tocou que, ao cassar um governador e empossar o segundo colocado, em um estado onde as rivalidades políticas são à flor da pele, e onde ainda cabe recurso em tribunal superior, o equilíbrio administrativo não teria vez diante do caos, do desmando e abusos que fatalmente seriam cometidos por quem tem sede e fome de poder.

Parece que ninguém no TRE se tocou que, qualquer decisão tomada pela corte pode sofrer alteração completamente inversa pelo Tribunal Superior Eleitoral(TSE), como já ocorreu. Portanto, em se mantendo a cassação de Anchieta e a posse imediata de Neudo Campos, o risco de que em uma ou duas semanas uma liminar possa re-conduzir Anchieta ao cargo é real e não impossível.

É de se preocupar diante da possibilidade do que aconteceria em termos de nomeações e demissões; em continuação e cancelamento de projetos; em manutenção e rescisão de contratos, e sobre pagamento e suspensão de pagamentos a forcenedores e prestadores de serviços do governo.

Neudo assume. Muda tudo. Nomeia e demite meio mundo. Contrata e rescinde com empresas, e uma semana ou duas depois, Anchieta retorna. E como fica tudo o que Neudo mudou? Quem será o maior prejudicado com isso?

Pergunta-se: Qual é a preocupação de Neudo, Mozarildo Cavalanti, Mecias de Jesus, Getúlio Cruz e demais oposicionistas?

Não se defende a absolvição de Anchieta. O que se defende é justamente evitar o que já foi dito aqui sobre o caos administrativo que seria gerado. Que ele possa re-correr no cargo pois isso, com certeza, afastado ou não, acontecerá se for mantida sua cassação.

Caldo de galinha e prudência nunca fizaram mal a ninguém. Acredita-se que os juízes eleitorais tenham acima de tudo zelo e responsabilidade  com Roraima. Seus votos têm que ter como finalidade única o que for justo e melhor para a sociedade.

Que Tânia Vasconcelos, Gursen de Miranda, Paulo César Menezes, Erick Linhares, Leandro Saon, Stélio Dener e Jorge Fraxe, promovam, então, a justiça com equilíbrio e bom senso. E evitem o caos, o desmando e os abusos que fatalmente seriam cometidos por quem tem fome e sede de poder.