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Opinião Formada

Uma palavra de consenso


Uma palavra de consenso

Virada de ano é sempre um momento propício a se tecer balanços sobre o passado recente e costurar previsões futuras– com ou sem base factível, tanto faz. É sob esse prisma que este Fontebrasil se aventura nas águas turvas da dura realidade, e pergunta: Roraima avançou em 2011? Em visão simplista, a resposta seria sim, porém com ressalvas.

Poderia ter avançado mais caso não houvesse o popular destrambelho, marcado pelo funesto quadro que emergiu de uma eleição para o governo do estado que, infelizmente, não conseguiu ser definitiva ao longo do primeiro e segundo turnos. A eleição perdura até hoje, aos moldes de um indefinido terceiro turno que aponta para mais turbulências em 2012.

Essa falta de certeza prenuncia um indesejável clima. É prejudicial não só para o governante de plantão, que dorme e acorda sob o estigma da espada de Dâmocles, mas também para todo funcionalismo estadual, para toda a classe empresarial, aquela a quem se deve o desenvolvimento econômico de qualquer ponto geográfico neste planeta Terra.

Afinal, caso mude o governo, será fatal o estancamento dos contratos firmados pelo setor privado com aquele núcleo nervoso de poder. E se esses contratos ainda não tenham sido firmados, a tendência será mergulhar em eterno banho-maria, haja vista o fato de que tudo pode acontecer. Até mesmo nada. 

Um exemplo clássico dessa segunda hipótese está na pretensão de se instalar no estado uma nova leva de investidores oriunda do Centro-Oeste do País. Pretendia-se produzir soja, aproveitando o embalo dos incentivos fiscais oferecidos pelo governo e também usufruir das potencialidades naturais como a exportação do grão via Georgetown – a 600 quilômetros de Roraima – ou mesmo via Venezuela, a meros 200 quilômetros de Boa Vista.

É inegável que os protagonistas, prudentemente, pisaram firme no freio, deixando para mais tarde a decisão de aterrissar no lavrado com malas e cuias – e tecnologia de vanguarda, o que é mais importante para o desenvolvimento desta última fronteira agrícola.

O mais intrigante nesse tabuleiro de interesses é que, à frente de todo o quadro negativo para o estado, está uma minoria que, alimentada pela sede de poder pelo poder, levianamente, não leva em consideração a necessidade de crescimento, muito menos lhes tira o sono o desfavor que duramente prestam às futuras gerações. É a turma do quanto pior, melhor.

Não é necessário consultar pais-de-santo para saber o que cada cidadão roraimense mais espera para 2012: responsabilidade dos políticos para com o estado.

Que governistas sejam mais responsáveis e cumpridores de suas promessas, e que a oposição não empunhe a bandeira do caos, haja vista os dias serem maus, especialmente a se verificar pelos ventos que sopram de um Primeiro Mundo que, parece, se vê envolto em um processo de plasma, feito sorvete ao sol.

Atear mais fogo na fogueira como uns e outros, por apneas interesse eleitorais fazem, a essa altura dos acontecimentos pode não passar de arte extremamente perigosa e arriscada. Acaba por chamuscar o incendiário. A palavra de ordem, pois, a nosso ver, é apenas uma: o consenso.

Coisas que o babalaô não publica
A Prefeitura de Boa Vista pagará nesta quinta-feira (5) os proventos referentes ao mês de dezembro dos servidores públicos municipais. Depois só o governo do estado é que atrasa pagamento, não é?

Magistrados abrem dados bancários
Cinco magistrados do Rio de Janeiro abriram mão do sigilo bancário, fiscal e telefônico para apoiar as investigações do Conselho Nacional de Justiça sobre movimentação financeira de juízes. "Sou dos que não confundem pedido de informação sobre folha de pagamento com quebra de sigilo. Minha decisão é para fortalecer o poder do CNJ", disse o juiz João Batista Damasceno.

Investigação
O CNJ iniciou uma investigação que gerou polêmica entre os juízes após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar 3,4 mil movimentações financeiras atípicas nas contas de membros do judiciário. O Conselho apura o pagamento retroativo referente a auxílio-moradia que era pago a deputados, e que foi estendida a magistrados de todo o País. Além de Damasceno, o juiz Marcos Peixoto e os desembargadores Siro Darlan, Rogério Oliveira e Márcia Perrini também abriram mão do sigilo.

Mais investigações
A nova gestão do Tribunal de Justiça de São Paulo vai investigar os pagamentos feitos pelas administrações anteriores e apurar supostos casos de desembolsos ilegais ou feitos de forma privilegiada a magistrados da corte.
A medida foi anunciada pelo desembargador Ivan Sartori, que ontem tomou posse para presidir o TJ. Ele vai comandar o maior tribunal da América Latina, com mais de 19 milhões de causas em primeira e segunda instância, no biênio 2012-2013.

‘Férias’
O PSD de Gilberto Kassab está subjudice até o julgamento no Supremo do mérito da criação do partido, garante o secretário nacional do PTB, deputado Campos Machado, que entrou com a ação.

Tudo normal
A perda do cargo foi, até agora, a única punição sofrida pelos ministros demitidos por suspeita de corrupção em 2011. A incômoda marca do primeiro ano do governo Dilma Rousseff é de uma queda na Esplanada dos Ministérios a cada dois meses.
Todos eles voltaram a ter rotina normal enquanto aguardam a conclusão de inquéritos e outras investigações preliminares.  Nenhum dos ministros demitidos chegou a ser processado por corrupção ou improbidade administrativa.

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