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Opinião Formada

Contribuinte é quem banca mordomias em Brasília e em Belém.


Muito custo para pouco benefício

Ao se eleger um representante para o Congresso Nacional, seja no âmbito da Câmara dos Deputados, seja no do Senado da República, presume-se que esse representante esteja à altura de corresponder aos anseios daqueles que o elegeram, certo? Em tese. Na prática, essa máxima nem sempre corresponde à verdade. Tem-se a forte impressão que a relação custo-benefício é melhor para o político e pior para o cidadão.

Exemplos de parcelas deficitárias dessa meia verdade foram abundantes desde a primeira legislatura, no nascedouro do estado, em 1991. Somente naquela leva de parlamentares, tivemos preciosos sanguessugas do erário, como Avenir Rosa, Marcelo Luz e Júlio Cabral, na Câmara, e o apagado João França, no Senado.

Além de não fazerem nada pelo estado, essas moscas mortas foram ainda mais prejudiciais, em razão de procedimentos escusos – para não dizer escândalos – que praticaram. Avenir Rosa, para quem não lembra, conseguiu eleger-se ao engabelar meio mundo de eleitores com a fantasmagórica promessa do teto gratuito.

Seus assessores surgiram das sombras, sem que ninguém soubesse de quem se tratavam, na calada da noite, pranchetas debaixo do braço, pegando o nome e o número dos títulos de eleitores de ingenuos moradores da periferia, cadastrando-os como se tudo fosse ação legítima, prometendo casa pronta sem qualquer custo a cada um. Depois de eleito, sumiram não só os assessores, como também o próprio deputado.  

Júlio Cabral foi eleito com votos de gratidão em razão de seu pai, o deputado amazonense Bernardo Cabral, ter sido o relator da Constituição Federal de 1988 que criou o Estado, por meio do artigo 14 do Ato das Disposições Transitórias. Depois de eleito, Júlio Cabral esqueceu-se que havia Roraima no mapa do Brasil.

A síndrome de amnésia também abateu o então deputado Marcelo Luz que prometeu obras e mais obras para Roraima.

Não se tem conhecimento, nos anais da Câmara, que nenhum dos três tenha feito qualquer pronunciamento em favor do estado, tenha trazido qualquer “merrequinha” como emenda parlamentar para auxiliar qualquer que fosse o segmento – produtivo ou desenvolvimentista – de Roraima.

O mesmo aconteceu com o senador João França. Herdou o mandato do combativo Hélio Campos logo no primeiro ano de vigência, para se transformar em um dos mais tristes episódios já vividos por Roraima. Além de completamente inepto para o cargo, João França ainda enlameou o nome do estado, envolvendo-se em escândalos policiais, dado à sua conduta criminosa.

Enlamear o nome do estado, entretanto, não foi privilégio apenas dessas personalidades citadas até aqui, não. O mais expressivo dos que agem com esse intuito ainda tem a pretensão de voltar a ser governador. Neudo Campos é réu em vários processos de peculato, formação de quadrilha, desvio de dinheiro público etc., já tendo inclusive condenações em primeira instância \"\"resultando em 51 anos de prisão. Todos os processos tramitam na esfera da Justiça federal.

Mas, voltando à performance dos parlamentares, nos dias atuais vê-se que a relação custo-benefício, o custo tem ficado mais para a sociedade do que para o seu benefício em se tratando da obtenção de verbas e aprovação de projetos que beneficiem Roraima. Se usar a tribuna para pedir a cassação do governador José de Anchieta se transformasse em recursos para obras o senador Mozarildo Cavalcanti (foto) seria o campeão em conseguir dinheiro público para o estado.

Mozarildo bota para desancar Roraima e o governo todas as semanas. Pinta o pior quadro. Aqueles que não conhecem a realidade do estado acreditam que vive-se no inferno. De real, isso que ele faz não melhora a educação, a saúde, não pavimenta ruas ou estradas, ou seja, não contribui em nada pois blablablá não enche barriga, não educa e não salva a vida de ninguém.

Na relação custo-benefício, Mozarildo, perante o que realizam seus colegas Romero Jucá e Angela Portela, sai caro para Roraima. Enquanto não se ouve falar nos recursos que libera para o estado ou nos projetos que beneficiam diretamente a sociedade, o contribuinte é que paga seu salário e suas mordomias como jantares e almoços que vão de R$ 200 a R$ 1,4 mil nos mais luxuosos e requintados restaurantes de Brasília. Banca ainda hospedagem em hotel cinco estrelas (Brasilton Belém Hotéis) ao custo de R$ 4 mil em viagem não oficial a Belém, no Pará. Detalhe: os trechos de ida e volta de Brasília a Belém também foram pagos por você contribuinte como pode ver abaixo deste texto.

Para quem recebe cerca de R$ 26 mil por mês, usufruir do que foi publicado no paragrafo acima é mordomia ou não bancada pelo contribuinte?

É, na realidade, muito custo para pouco benefício de quem paga a conta.

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