Opinião Formada

Edersen Lima
De Brasília

Colocando o dedo na ferida

O deputado Jânio Xingú botou o dedo na ferida ontem na Assembléia Legislativa de Roraima afirmando que a Casa paga "jornalistas quadrilheiros". Os deputados de oposição pularam de suas cadeiras querendo que Xingú desse nome aos bois - ou aos porcos, quando um grupo de vassalos tem um dono -.

Se for observado que calúnia e difamação são crimes e quando praticados em conjunto por mais de três pessoas com o mesmo objetivo, a formação de quadrilha está configurada não importando se são jornalistas ou pseudo-jornalistas ou simples paus-mandados que alegam liberdade de expressão nos crimes que cometem.

O Diário da Assembléia aponta a contratação de três jornalistas publicamente ligados ao deputado Mecias de Jesus e mais um - exonerado em junho passado,  em juízo assumiu ser seu assessor -, que trabalham de forma conjunta e combinada contra quem se atreve a cruzar o caminho do patrão. Talvez sim, talvez não, tenha sido a eles que o deputado Xingú se referiu.

Um, entrou na ALE para assessorar Mecias, dirigindo uma motinha CG 125 e oito anos depois tem uma mansão de R$ 1 milhão de reais no bairro mais nobre de Boa Vista. Nada demais para quem aprendeu com o chefe o segredo do milagre da multiplicação dos bens.

Outro, é funcionário fantasma. Mora em Manaus. Anda com uma Bíblia debaixo do braço e quando vai a Boa Vista realiza proezas "dignas" dos mais puros dos homens, como atropelar na contra-mão uma estudante e tentar fugir do local sem prestar socorro à vitima que teve a perna amputada no acidente. Exalando forte odor de bebida alcoolica, atestado por um policial militar, o bom "irmão" se negou a fazer o exame do bafômetro (ver http://www.youtube.com/watch?v=cn8OZF3Pq1M ). Neo-evangélico fervoroso, só assumiu o que fez um ano depois quando foi localizado por um oficial de Justiça.

O terceiro, pensa que é editor de alguma coisa, mas apenas cumpre ordens publicando o que lhe mandam publicar. Acredita que tem vontade própria. Acha que não tem responsabilidade nenhuma pelo o que veicula sem provas. Age como um cão raivoso como forma de mostrar serviço e agradar o chefe. Mostra-se, ainda, despeitado com quem vive realidade melhor, em especial, com aqueles que conhecem o mundo.

O quarto e último, é um verdadeiro sem noção de aluguel. Foi contratado em setembro passado para também agredir com calúnias e difamações os desafetos de Mecias de Jesus. É o que menos ganha, porém o mais satisfeito deles a ponto de afirmar publicamente que se orgulha muito "em assessorar um dos parlamentares mais conceituados deste estado", Mecias de Jesus, que é réu por desvio de dinheiro público e formação de quadrilha, que não explica o milagre da multiplicação dos bens e como conseguiu torrar mais de R$ 23 milhões naquela reforma no prédio da ALE. Há orgulho para tudo, não é?

Repetindo, formação de quadrilha é configurada quando ‘mais de três pessoas’ se associam para cometer um crime. Está no Código Penal, artigo 288.

Se os textos dessa turma postados e repercutidos na internet (blog da oposição, site do nós de um só, blog do égua e redes sociais) forem observados, veremos que há mais que semelhanças nas acusações que fazem sem provas, no mesmo tom, no mesmo espaço de tempo e contra as mesmas pessoas, coincidentemente, desafetos do deputado Mecias de Jesus, que os remunera com dinheiro da Assembléia Legislativa, dinheiro do contribuinte, como bem apontou o deputado Xingú, colocando o dedo na ferida.

P.S: E ainda vem o Sinjoper, que nem uma pata cega e choca, ouvindo o galo cantar sem saber aonde.