- 20 de agosto de 2025
Edersen Lima
De Brasília
Quem não deve, não teme
Nâo dá para entender todo o escarcéu e medo que o deputado Mecias de Jesus demonstrou ontem na tribuna da Assembléia Legislativa em relação à
existência de um dossiê sobre ele. Não é Mecias que é um homem bom, honesto, fiel, incapaz de fazer mal a qualquer pessoa, que de tão puro e digno até "Jesus" no nome, tem, por que, então, todo esse temor?
"Medo de cadeia que se pela"
Se Mecias, conhecido como o deputado dos milagres, tivesse cometido algum pecado, alguma irregularidade ou crime na sua vida, aí, sim, se daria razão ao tom de desespero com que se pronunciou demonstrando ter, como observou um deputado colega de oposição, "um medo de cadeia que se pela".
Eterna vítima
Como adora pousar de vítima, uma hora de traição porque não disputou o Senado, outra hora de extorsão porque não conseguiu responder indagações sobre o crescimento do seu patrimônio em tão pouco tempo, os contratos que realizou na presidência da ALE durante a campanha eleitoral do ano passado, como conseguiu gastar mais de R$ 23 milhões na reforma do pre´dio da ALE. Agora, Mecias se diz vítima de um dossiê sobre sua vida ilibada porque se revoltou contra o governo, pode?
Vaca louca
Outro deputado, esse veterano, comentou "isso (discurso) me lembra o tempo da vaca louca". Se referindo ao tom estridente com que Mecias falava parecendo, como disse naquela ocasião o então deputado Iradilson Sampaio, "estar acometido com tal doença".
Milagre dos votos
Quando falam que o deputado Mecias de Jesus opera milagres que multiplicam benefícios próprios, tem assessor que pula de raiva, mas os fatos e os números estão aí para comprovar que não é só nas finanças que Mecias dá show. Na eleição passada, com apenas R$ 269 mil obteve a votação recorde de 9.147 votos, quase 50% a mais que o segundo colocado, o deputado Rodrigo Jucá.
Em se tratando de Roraima, o voto mais caro do país, Mecias fez milagre com apenas R$ 269 mil.
Só adquirindo desafetos
O que o nobre deputado dos milagres não se tocou, talvez porque também seja Jesus, é que nos últimos tempos vem adquirindo inegável patrimônio de desafetos além daqueles por causa política. Ao colocar seu advogado para orientar o que os vereadores deveriam fazer para manter o seu sogro, Alfonso Rodrigues - acusado de formação de quadrilha no Caso Gafanhotos junto com o genro e filha Darbilene do Vale -, Mecias abriu questões com o Ministério Público Estadual e com o Judiciário, ao enfrentá-los contrariando a lei que manda que, condenado com sentença transitada e julgada, não pode ocupar cargo como Alfonso, por insistência de Mecias, ainda ocupa.
Agora é contra Hélder Girão Barreto
Ontem, Mecias abriu nova frente de batalha, dois dos seus assessores publicaram em redes sociais e blogs considerações graves contra o juiz federal Hélder Girão Barreto, acusando-o de crime de prevaricação. Depois que a Opinião Formada informou a acusação contra Hélder, foi retirado do blog a nota sobre a prevaricação do juiz.
No entanto, a Coluna registrou a postagem original que foi lida e distribuída para centenas de pessoas. Ver abaixo:

Depois, a nota "Ligações perigosas" acusando Hélder Girão foi retirada.

Estratégia de suspeição
A razão de partir para cima do juiz Hélder Girão Barreto, via seus assessores, é vista como intencional em querer colocar o juiz sob suspeita de qualquer decisão contra Mecias de Jesus. Essa estratégia pode dar chabú. Ontem o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, recusar o pedido do ex-deputado Neudo Campos, de suspeição do juiz Hélder Girão Barreto.
Estratégia de antecipar aposentadorias
Se o Supremo Tribunal Federal reduzir poderes do Conselho Nacional de Justiça, os tribunais estaduais poderão voltar à prática de antecipar a aposentadoria de magistrados suspeitos para evitar a abertura de processos. A previsão é da corregedora nacional de Justiça, Eliana Calmon.
Ela disse que 54 investigações, muitas contra desembargadores, "estarão absolutamente inutilizadas" caso o STF decida que o CNJ só poderá agir se as corregedorias estaduais forem omissas.
Posteridade

A retomada do rítimo das obras na BR-174 foi o tema da reunião entre o
governador José de Anchieta e o deputado Luciano Castro, em gabinete
na Câmara Federal.
Exposição
O fotógrafo documentarista e ativista Wank Carmo, abre hoje às 19h, na Galeria de Arte do SESC MECEJANA, uma mega exposição fotográfica inédita, em que utiliza pela primeira vez, uma mistura de tecnologias produzidas em laboratório analógico com escaneamento posterior e capturas digitais, gerando efeitos de cor, luz e sombra que reforçam os temas abordados, sem fugir do veio fotojornalístico.
Exposição 2
Os destaques da exposição de Wank são imagens de degradação ambiental, povos da floresta, pequenos agricultores, festas populares, dentro da linha do “instante decisivo”, documental de forte influência bressoniana.
Jogo Rápido - Desembargador Ricardo Oliveira
O ministro César Peluzzo quer igualar as férias dos juízes, hoje de 60 dias, às dos demais funcionários públicos que são de 30 dias, o que o senhor acha dessa proposta?
Sou favorável à proposta de redução das férias para 30 dias. Há outras profissões que exigem extraordinária dedicação e nem por isso tem períodos maiores, a exemplo de médicos e policiais. Antigamente, os juízes eram isentos do pagamento do imposto de renda, outro privilégio sem justificativa plausível, mas que já foi corrigido.
A reação imediata da Associação dos Magistrados do Brasil (AMB) contra a sugestão de Peluzzo não pode afetar a credibilidade do judiciário, que é uma classe que a princípio existe para defender direitos iguais?
A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) defende interesse classista, que nem sempre coincide com o interesse público. Isso é normal, pois toda entidade dessa natureza retrata a opinião de seus associados. A reação, portanto, não tem força para abalar a credibilidade de um Poder legitimamente constituído pela maioria da sociedade, como o Judiciário.
É claro que os dias de férias de um magistrado não é a uestão mais importante do judiciário, na sua opinião o que atrapalha a justiça de trabalhar melhor?
O que atrapalha é uma legislação complexa e formal. A Constituição é extremamente analítica e detalhista, prevendo um sistema em que praticamente todas as causas podem ser revistas pelo Supremo Tribunal Federal. Isso é um absurdo! A meu ver, reformar apenas códigos e leis inferiores, sem alterar a Carta Magna, pouco contribuirá para a celeridade da Justiça.
Macaco Simão:
E Brasília? Brasília tem de ter cama elástica! O ministério da Dilma tá parecendo motel: alta rotatividade! Agora é o ministro por esporte Orlando Silva. Eu acho que o Orlando Silva vai cantar em outra freguesia! Rarará! E diz que ele recebeu propina na garagem do ministério. Ótimo, aproveita e faz a abertura da Copa na garagem! Rarará!!