- 20 de agosto de 2025
Edersen Lima
De Brasília
Liderança questionada
Réu no Escândalo dos Gafanhotos por peculato, desvio de dinheiro público e formação de quadrilha juntamente com a mulher Darbilene Rufino do Vale, com o sogro vereador Afonso Rodrigues e com o cunhado Donilvon do Vale, o deputado Mecias de Jesus está tendo o seu posto de "líder da oposição" novamente questionado.
Insatisfação e constrangimento
Pelo menos três deputados de oposição vêm demonstrando insatisfação e
constragimento em serem liderados por quem responde acusações pesadas na Justiça Federal, que se nega a esclarecer questionamentos sobre seu crescimento patrimonial e dos contratos de emrpesas e de pessoal que realizou no ano passado, ano de eleição. O valor da reforma do prédio da Assembléia Legislativa, durante a sua gestão, também não é detalhada por Mecias.
Que exemplo?
"A oposição vem combatendo o mal uso do dinheiro público e cobrando explicações do governo sobre os seus gastos, que moral temos se o líder do nosso grupo é réu por peculato e formação de quadrilha?", comentou um deputado descontente. "O exemplo tem que partir de quem cobra exemplo", concluiu.
Liderados abandonados
A Coluna apurou que o descontentamento com Mecias tem outros motivos. Ele, como líder, estaria usando o grupo mais como uma questão pessoal contra o governador José de Anchieta e dando pouca importância aos pleitos dos colegas. "O (Chico) Guerra tem sido muito mais atencioso em atender reivindicações internas do que o Mecias", teria comentado outro deputado de oposição.
"Não pega bem"
A reclamação com Mecias de Jesus parte também de membros do tal movimento pró justiça. Composto por candidatos que nunca se elegeram a cargos públicos, e conhecido por ser o braço de mobilização do candidato derrotado Neudo Campos, o pró justiça mostra coerência em não querer ter mais como parceiro ou à frente de suas manifestações um "gafanhoto".
"Realmente não pega bem", disse um dos coordenadores à Coluna se referindo ao fato da oposição ter como líder um dos acusados de melhor se beneficiar com o esquema de apropriação ilegal de salários de "laranjas" durante o governo Neudo Campos.
Não é mais unanimidade
Acuado pelas suspeitas de superfaturamento da reforma do prédio da ALE, que custou cerca de R$ 23 milhões, e sem responder questionamentos que estão sendo feitos pela imprensa sobre como construiu seu patrimônio e com os gastos acima do normal com diárias a servidores, aluguel de veículos e serviços gráficos pagos pela ALE em pleno recesso branco (campanha eleitoral) do ano passado, Mecias já não é unanimidade dentro do próprio bloco oposicionista.
Perguntinha:
Que moral tem a oposição liderada por quem só não foi preso junto com a mulher e o sogro, porque tinha imunidade parlamentar?
Quem cala consente
Há quem entenda que, como deputado estadual - portanto, homem público -, Mecias de Jesus tem o dever e a obrigação de ser claro, transparente em suas ações. Condições para isso não lhe faltam. Ele tem na ALE uma tribuna e uma assessoria com repórteres, fotógrafos e cinegrafistas à sua disposição para desmentir ou explicar as acusações que lhe recaem.
Não explicando ou desmentindo, deixa que a máxima popular de que "quem cala consente", prevaleça.
Coisa feia
Ao invés de usar sua assessoria para esclarecer fatos, Mecias colocou ontem dois deles para em redes sociais e blogs, atingir o juiz federal Hélder Girão Barreto, acusando-o de crime de prevaricação.
Posteridade

A secretária Shéridan de Anchieta durante entrega do Crédito Social.
Apelação de Sentença
O ex-procurador do estado, Pedro Duque, ingressou ontem com a Apelação da Sentença proferida na Ação Popular que requer concessão de liminar que torne os bens patrimoniais dos deputados Mecias de Jesus, Diego Coelho e Soldado Sampaio, indisponíveis até o final da ação, bem como a condenação do décuplo do valor utilizado referentes ao valor das diárias consumidas pelo trio este ano em dias de fim de semana e feriados.
Pedro Duque requeriu, também, o envio de cópias ao Ministério Público Estadual diante, do que ele acredita, ser crime de peculato.
Rosnando
Quem fala com o prefeito de Mucajaí, Gordorico Lopes, comenta o grau de irritão e nervosismo ele vem manifestando. O motivo, só pode ser o processo que responde no TRE acusado de comprar votos em troca de dentaduras.
Desaparecido
A principal testemunha, o protético conhecido como "Galo" e supostamente contratado por Gordorico Lopes para fazer as dentaduras, desapareceu após denunciar que estava recebendo ameaças de morte.
Só a inferior
Independente se Gordorico comprou ou não votos com dentaduras, a verdade é que, muita gente simples e humilde, no ano passado, colocou a parte inferior da arcada dentária no meses de agosto e setembro com planos de colocar a parte superior em outubro. O que até hoje não aconteceu talvez por falta de dinheiro, não é?
Macaco Simão:
Faixa em Brasília: "Perdeu-se bull terrier branco. Toma remédio controlado". E não é a Dilma! E agora o ministro dos Esportes é suspeito de desviar dinheiro. Normal, desviar dinheiro é esporte nacional. Tá muito bem representado. Rarará!!
Enquanto isso, um verdadeiro blockbuster roraimense...
