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EDITORIAL

A Certeza da impunidade


Edersen Lima
De Brasília

 

Enquanto isso, como prêmio...

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Estruturado para a campanha

A gestão do vereador Paulinho Linhares à frente da Secretaria Municipal de Sáude tem prazo de validade de apenas sete meses. Em abril do ano que vem ele deixará a pasta para concorrer à re-eleição, bem melhor estruturado politicamente do que em 2008. Os sete meses de secretário significam mais indicações de empregos e estrutura para fazer política com a saúde municipal que político é de ferro, não é?

Larga na frente

Paulinho Linhares, secretário, o deixará com grande vantagem diante dos demais vereadores que dão apoio ao prefeito Iradilson Sampaio.

Desprestígio
Ainda sobre Paulinho Linhares, a nomeação dele mostrou que a ex-deputada Marília Pinto, médica que foi secretária de Saúde em dois governos (Neudo Campos e Ottomar Pinto) e com infinita experiência superior na área à do novo secretário, está com prestígio em baixa.
Na campanha eleitoral do ano passado, Marília levou o nome de Ottomar à candidatura de Neudo, sendo sua vice.

Providências

Paulinho Linhares terá como prioridade, aplicar na saúde municipal os R$ 19 milhões que até outro dia, estava sob guarda da supersecretaria de Finanças, Planejamento e Economia.

Bater na porta
Oitivas realizadas na justiça eleitoral podem bater na porta do nada partidário e politicado Tribunal de Contas do Estado.

E-mail Aberto - Empregou mulher de juiz
"Lima, o deputado Mecias de Jesus aliado de primeira hora do senador Mozarildo Cavalcanti, esse pai do juiz Mozarildo Monteiro que tem em mãos um processo movido pelo deputado Jonatan de Jesus contra o Fontebrasil, foi quem empregou em bom cargo na Assembléia Legislativa a advogada Janaína, mulher do juiz que vai lhe julgar."

Provérbios:

"Templo é dinheiro!" (vivo, em cheque pré, em vale alimentação, em cartão...)

 

A Certeza da impunidade


Nos últimos meses, aconteceu um fato no mínimo curioso no Brasil: políticos pilhados em traquinagens sendo levados à execração pública. O mais emblemático dos casos foi o de um partido inteiro. As suspeitas (confirmadas) que sobre ele pairavam, levou seu principal representante a pedir demissão do cargo de ministro e assanhar a presidente da República, Dilma Rousseff, a iniciar uma “faxina geral”.

 

Além do presidente do tal partido, mais dois ministros perderam o cargo por se virem metidos em maracutaias com recursos públicos. Não à toa, tais atos levaram o povo a pensar que realmente se tratava de uma nova mentalidade de governo sendo imposta pela presidente. Houve até torcida para que ela levasse a limpeza às últimas consequências.

 

Para desconsolo geral, no entanto, tudo não passou da intenção. A poeira baixou e já não se fala mais em expurgo de autoridades importantes que ocupam altos cargos e que, nem por isso, deixaram de lado a mania de se meter em traquinagens com o Erário.

 

Mas, consideremos aqueles que foram alcançados pela sanha repentina e passageira da “faxina”. O que aconteceu mesmo a eles? Nada! Só perderam o cargo, mas os milhões e milhões de reais carreados do Tesouro para os seus profundos bolsos não voltaram aos cofres da Viúva. É a tal da impunidade.

 

Políticos continuam fazendo das suas porque sabem que, mesmo sendo eles flagrados com a mão na botija, o máximo que pode lhes acontecer será mesmo a execração pública. Se tivessem vergonha, isso já seria algo a levá-los a pensar duas vezes. Mas já se viu que não têm.

 

Roubam descaradamente e voltam a pedir o voto do povo, dizendo – sem nem tremer a cara: “Dessa vez não posso mais errar!”. Fazem acordos com deus e o diabo, aliciam autoridades, empregam maridos e esposas daqueles que podem lhes complicar, e assim vão levando a vida, sabendo que no fim, o que vai imperar mesmo será a tal da impunidade.  

 

E, se por acaso forem levados aos tribunais, isso também não será motivo de aflição. Afinal, todo político presepeiro tem dinheiro para pagar ótimas bancas de advogados. Causídicos que sabem como ninguém como desfrutar da lentidão da justiça. Em última análise, recorrem às chicanas, capazes de empurrar o julgamento para uma data a se perder de vista, até chegar a tão providencial prescrição dos crimes praticados.   

 

Para que nada seja posto em pratos limpos, os políticos desonestos conhecem mais uma receitinha infalível: basta fazer alianças com jornal que tenha nítido envolvimento político-partidário-eleitoral. Essa jogada não falha! É mais que salutar para fortalecer a certeza da impunidade, instituição pernóstica que, parece, está longe de ser defenestrada do país.

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