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Opinião Formada

Desafio a Mecias e a Sampaio, e na Codesaima, uma visitinha inesperada.


Edersen Lima
De Brasília

Por que só agora?
Os deputados Mecias de Jesus e Soldado Sampaio foram à tribuna da Assembléia Legislativa para dizer que são vítimas de extorsão e de perseguição. Mas há quanto tempo isso ocorre, deputados? E por que só \"\"agora, depois que série de denúncias e suspeitas sobre gastos da Casa e com a Casa se tornaram públicas e sem as respostas de vossas excelências?

Nunca revelou o milagre
Sim, amigo leitor, a tribuna e as assessorias dos dois deputados sempre estiveram prontas e disponíveis para qualquer tipo de esclarecimento ou revelação que quisessem fazer. No entanto, Mecias nunca esclareceu ou revelou o milagre do seu crescimento patrimonial em mais de 10 vezes em apenas oito anos e Soldado Sampaio, com suas diárias em viagens em feriados e fins de semana.

O ataque como defesa
Protegidos pela imunidade parlamentar, Mecias e Sampaio se dizem vítimas de extorsão e usam a estratégia do ataque como defesa. Acusam quem publica ou repercute o suspeito valor da reforma do prédio da ALE (R$ 21 milhões), os secretos gastos e contratações da Casa durante a campanha eleitoral do ano passado, enriquecimento patrimonial estranho e o fato de um deles ser réu por desvio de dinheiro público e formação de quadrilha junto com a mulher, o sogro e o cunhado no rumoroso Caso dos Gafanhotos.

Desde novembro de 2010
O amigo leitor mais atento do Fontebrasil vai recordar facilmente que desde novembro do ano passado, portanto há quase um ano, o site vem publicando e cobrando explicações acerca de tudo o que citamos acima.

Quem deixou a mulher ser presa?
Mecias em seu discurso, cheio de indignação, falou em exposição de parentes, crianças e amigos nas reportagens sobre o processo que responde na Justiça Federal pela gafanhotagem. Mas quem, deputado Mecias, deixou a mulher ser presa junto com o filho de colo? Foi a imprensa? Foi o governador? \"\"E por que ela foi presa, mesmo?

Quem levou tiro no pé?
Quem deputado Mecias, foi vítima de tentativa de assalto e levou um tiro no pé na entrada de um banco quando ia fazer depósito volumoso?

Outro milagreiro
Como, deputado Mecias, o senhor explica que o seu assessor e braço direito construa patrimônio desproporcional aos vencimentos que recebia na sua gestão com carros caros e novos além de imóvel no valor de R$ 1 milhão em apenas sete anos?

Falta de coerência
O que não dá para entender é por que só agora, na metade de agosto, quase um ano deste que o Fontebrasil vem publicando o que Mecias se nega a explicar, ele se pinte agora de vítima de extorsão. Não parece coerente a um homem público digno e honesto ficar tanto tempo calado sendo vítima de "acusações levianas" e de "ataques" à sua honra. Parece?

Bateu o desespero
Nesse período de nove meses, Mecias não conseguiu calar o Fontebrasil apesar dos processos judiciais que moveu, das tentivas de um assessor em buscar "entendimento" e de tentar nos intimidar com ameaças outras. Seu enriquecimento fenomenal em 10 vezes em apenas oito anos, o altíssimo custo da reforma do prédio da ALE e responder processo na Justiça Federal por crime de desvio de dinheiro público e formação de quadrilha são fatos, são realidade. Por isso, ontem, bateu o desespero.

Dois desafios
Mecias não pode negar que lê o Fonte e nem que sua assessoria também não o leia. Então, faço aqui dois desafios ao deputado: primeiro, que revele como enriqueceu 10 vezes o seu patrimônio em oito anos. E, segundo, abra mão de sua imunidade parlamentar para que o Fontebrasil possa, na Justiça, cobrar de vossa excelência as provas de que é vítima de extorsão.

Comprovações
Quanto ao deputado Soldado Sampaio, já que estava ontem com todos os documentos que provam a licitude de suas viagens e diárias, desafio que as comprove com os recibos de hotel em que se hospedou, os relatórios que apresentou, os gastos com transporte e alimentação, além, é claro, dos tickts de embarque.

Abrir mão de imunidade
Desafio, ainda, Soldado Sampaio a também abrir mão de sua imunidade parlamentar para que o Fonte, na Justiça, lhe cobre as provas de que também é vítima de extorsão, porque subir à tribuna e falar o que apenas lhes convém é muito fácil, ainda mais protegidos com a vergonhosa imunidade parlamentar.

À espera de resposta
Portanto, desprovido de exaltações ou indignações típicas de políticos como os deputados Mecias de Jesus e Soldado Sampaio, faço esses dois desafios. A sociedade espera a resposta.

À espera de outra resposta
Outra resposta que se espera é da Mesa Diretora da ALE ao requerimento protocolado há meses pelo ex-procurador do estado, Pedro Duque, sobre quantos servidores foram contratatos no período eleitoral do ano passado e quantos hoje recebem naquele Poder.

Tomada de Contas Especial
Uma tomada de contas especial promovida pelo Tribunal de Contas do Estado ou pelo Ministério Público Estadual pode esclarecer bem o número de contratações e de pagamentos de serviços e fornecimentos na ALE, bastando para isso, fazer o batimento entre o que aquele Poder recebe de Orçamento mensal e com o que é gasto com a folha de pessoal e com serviços e fornecimentos recebidos.

R$ 9 milhões mensal e extrapola
Por mês, a ALE recebe cerca de R$ 9 milhões. Oficialmente, a Casa teria pouco mais de mil servidores empregados em gabinetes e em departamentos. Juntando com o Tribunal de Contas, que não informa quantos servidores tem, o Poder Legislativo consume com folha de pessoal acima do estabelecido por lei, ou seja, de 3% do orçamento do estado para comprometimento com servidores, ALE e TCE gastam 3,5%.

Contratações
Aí é que entra o questionamento de Pedro Duque. Segundo ele, há suspeita de que  o inchaço na folha de pagamento de servidores da ALE disparou nos meses de junho, julho, agosto e setembro do ano passado, justamente no período eleitoral.

Diários suplementares
"Há denúncias de que diários suplementares, ques estariam apenas à disposição da Presidência da Assembléia, foram editados nos últimos anos. O motivo desse suposto sigilo é que queremos saber", disse Pedro Duque, informando que irá ingressar com ação civil pública exigindo que a ALE detalhe claramente quanto e aonde gasta o dinheiro público.

Para refletir
O escritor Millôr Fernandes lançou um desafio na Internet através de uma pergunta:
- Qual a diferença entre Político e Ladrão?
Chamou muita atenção a resposta enviada por um leitor:
- Caro Millôr, após longa pesquisa cheguei a esta conclusão:
"a diferença entre o político e o ladrão é que um eu escolho, o outro me escolhe. Estou certo?" Fábio Viltrakis, Santos - SP.

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