- 20 de agosto de 2025
Para os seus interesses
Edersen Lima
Rio de Janeiro - O nome é até pomposo, Movimento pró-Justiça. Sua finalidade, em tese, seria defender que a justiça seja feita em todas as camadas sociais, com agilidade e prontidão. Mas não. O tal movimento pró-justiça demonstra claramente ter interesse em duas coisas: apoiar o candidato derrotado Neudo Campos a ganhar o governo no tapetão, e fazer oposição ampla, geral e irrestrita ao governo do estado.
Fora essas duas pautas, não se vê o tal pró-justiça encampando esclarecimentos de questões como o super-preço da reforma do prédio da Assembléia Legislativa ou como foram gastos mais de R$ 100 milhões na
manutenção do Legislativo só no passado. Não se vê o tal movimento cobrando que condenados pelo Tribunal de Contas da União devolvam dinheiro público desviado.
As demissões, os cortes de salários, falta de médicos e de remédios nos postos de saúde mantidos(?) pela Prefeitura de Boa Vista, o bingo contraventor que funcionava com permissão do babalaô do jornal que dá ibope ao pró-justiça, também nunca foram questionados pelo referido movimento.
Formado por políticos fracassados em pleitos eleitorais, o pró-justiça tem no seu dublê de líder, um réu em pelo menos seis processos judiciais, dois deles por calote no mercado. Diante disso, dá para entender como e porque o tal movimento não cobra agilidade e cumprimento de prisão para os "gafanhotos", entre eles, Neudo Campos, já condenado a 16 anos em regime fechado pela Justiça Federal em Boa Vista apontado como mentor do esquema.
Que moral tem esse tal movimento pró-justiça se não questiona em nada o fato de Neudo responder a mais de 20 processos por peculato, desvio de dinheiro público e formação de quadrilha?
Sem qualquer pudor, tal movimento defende abertamente Neudo no governo. Na terça-feira, 21, estavam lá na porta do TRE, uniformizados com camisas pretas, distribuindo quentinhas e ditando palavras de ordem para seu público. O pró-justiça defende e apóia um condenado da justiça. Paradoxo?
Não. Nada disso. Puro oportunismo de quem por alguma razão ficou fora da base governista e se revoltou por isso. Os líderes do tal pró-justiça mamavam nas tetas do governo e de sua base até o meio do ano passado. Excluídos, se tornaram braço da oposição com tal pomposo nome de movimento pró-justiça, para os seus interesses, é claro.