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OPINIÃO FORMADA

Responsáveis pelos seus atos


\"\"Responsabilidade alheia

Edersen Lima
De Brasília

Alguns telefones de algumas secretarias estaduais estão cortados há semanas. Desleixo administrativo? Incompetência gerencial? Falta de recursos? Em tese, a resposta para essas três perguntas seria um sonoro "sim". Mas na realidade - e não em tese -, o motivo de alguns telefones de algumas secretarias estarem cortados se deve ao abuso do servidor público em usá-los como se fossem seus, utilizando-os em interurbanos nacionais e internacionais à torta e à direita.

A reclamação chegou à imprensa e nas páginas de blogs que, em tom de indignção, volta e meia lembram do assunto dos telefones cortados nas secretarias A, B e C. Nenhum dos denunciantes do desleixo administrativo e da incompetência gerencial do governo revela que durante meses discou e conversou com parentes que moram em outros estados e  em conversas de tempo sem fim, por minutos e minutos quase que todos os dias. Esquecem das ligações que outros colegas fizeram a amigos e também a familiares que vivem em outros países, contando-lhes as "últimas" da terrinha.

Em uma ligação ocorrida às 8:18h da manhã para Auckland, Nova Zelândia, em novembro passado, um servidor ou servidora da Secretaria de Educação falou por 27 minutos sabe-se lá com quem e o governo é que teve que pagar quase R$ 3 mil reais. A ligação foi de um telefone fixo para um celular neozelandês. Outras ligações como essa somam aos gastos do governo com linhas que deveriam servir para o trabalho e não para bate-papos.

O uso do que é público como se fosse de propriedade de alguns servidores não se restringe somente a telefones em ligações nacionais e internacionais. O hábito - ou cultura - vai bem além. Do jornal do chefe à internet passando - é claro - pelo uso dos computadores para traballhos escolares dos filhos e os seus, da faculdade.

Alguns jornalistas que têm blogs e são empregados em órgãos públicos, usam telefones, computadores, internet, energia elétrica de seu local de trabalho para atender seus outros negócios. Assim sendo, o poder público é que banca alguns blogueiros que denunciam e criticam o corte de energia, o não pagamento da conta de telefone e do serviço de internet do governo. Alguns bloqueiros, amigo leitor, recebem justamente para fazer isso com a permissão de quem os contratou, para isso.

Cabe aqui afirmar que esse mau hábito - ou cultura - de alguns servidores públicos se restringe a alguns servidores. A maioria não pode ser responsabilizada até porque nem todos têm parentes e amigos vivendo fora de Roraima ou, não têm o simancol de deixar de usar o que não é seu fazendo com que os outros paguem por seus abusos e acusações de que o "desleixo administrativo", a "incompetência gerencial" e a "falta de recursos" são de responsabilidade alheia.

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