OPINIÃO FORMADA

Começou a campanha de 2014

Edersen Lima, Editor

Brasília - A campanha eleitoral acabou. Não, a campanha eleitoral ainda não acabou. Pelo menos para o presidente da ALE, Mecias de Jesus, para o senador Mozarildo Cavalcanti e para o candidato derrotado Neudo Campos.

Inconformados, o trio arma desde protestos de meia dúzia de gatos pingados em frente a prédios públicos a factóides e conspirações de impeachiment do governador José de Anchieta protocolado na ALE por quem não tem esse direito.

De cara, há quem questione a falta de coerência de Mozarildo em pedir a cassação de um governador e apoiar a candidatura do campeão de processos por desvio de dinheiro público. Há também quem acuse o senador de oportunismo político, pois quem venceu a eleição pode ser seu adversário ao Senado em 2014. Enfrentar um ex-governador recém saído do cargo é dose!

Mozarildo se elegeu duas vezes carregado no colo dos governos. Dessa vez, pela vontade das urnas, terá que ir no colo da oposição. Seus votos sempre foram casados com os dos governos que o elegeram. Por isso, não meteu a cara nas urnas em outubro passado temendo um vexame.

Defensor da moralidade e seriedade no trato com a coisa pública, contraditoriamente Mozarildo apoiou Neudo que ostenta o título nada honroso para Roraima de político campeão nacional de processos por mais variados - e repetidos - crimes administrativos.

Mecias de Jesus é ainda mais inconformado. Esse sentimento vem desde dezembro do ano passado quando ele já dava como certo assumir o governo do estado. Mas a decisão do TSE, por unanimidade dos ministros daquela corte a favor da permanência de José de Anchieta, lhe acordou do sonho de morar no Palácio Hélio Campos.

Anteontem, numa atitude um tanto desequilibrada e vergonhosamente antidemocrática, não acatou o regimento interno da Casa apesar da reivindicação do líder do governo, deputado Jalser Reneir, só para manter uma comissão formada em boa parte por oposicionistas para analisar o factóide de Mozarildo.

Mecias quer cassar Anchieta de qualquer jeito custe o que custar, nem que para isso rasque regras internas de procedimentos legais da ALE. Pergunta-se: O que mais o poderoso Mecias não rasgará se continuar presidindo a Casa em oposição ao governo?

Mais apático, Neudo Campos só incentiva protestos. Canta para aquela meia dúzia de gatos pingados que será governador. Ninguém pode lhe tirar o direito de sonhar e muito menos censurar o que sonha. Mas a realidade é que os processos judicias em que figura como réu, andam. Neudo já tem condenação sentenciada. Mas uma, duas ou três... deixará de ser réu primário. Deveria se preocupar em sonhar em voltar a ser governador, em casa.

Diante do exposto aqui, e analisando melhor, a campanha eleitoral de 2010 acabou, sim. O que, na realidade, se vê é que a campanha de 2014 é que começou. Pelo menos para Mecias, Mozarildo e talvez, Neudo.