Opinião Formada

Edersen Lima
De Boa Vista

Necessário e não necessário
A Folha de B. Vista não viu nenhuma necessidade em publicar a pesquisa Ibope/Rede Amazênica que aponta o crescimento do governador José Anchieta de 41%, da pesquisa anterior, para 46%, e a queda de Neudo Campos que tinha também 41% no primeiro levantamento e aparece agora com 38%. Mas hoje publica matéria requentada em que o senador do Amapá denuncia suposta fraude em pesquisa realizada por um instituto de pesquisas.

História cortada
No plenário do Senado, o senador Mozarildo Cavalcanti lembrou que em 2006 aparecia nas pesquisas atrás da concorrente Teresa Jucá e no final, venceu a eleição com 13 pontos de diferença.

Consciência
Na realidade, o Ibope mostrou Mozarildo Cavalcanti crescendo a cada pesquisa. E todos envolvidos naquela eleição, e o próprio Mozarildo, têm consciência de que a ex-prefeita largou bem à sua frente quando a campanha iniciou.

Vantagem só na primeira
Em 28 de agosto de 2006 o Ibope divulgou a primeira pesquisa para o Senado e informava em seu relatório que "a candidata do PPS, Teresa Jucá, lidera com uma boa vantagem a disputa pela vaga do Senado por Roraima, obtendo exatamente metade das preferências de voto (50%). Em segundo lugar, surge o candidato do PTB, Mozarildo Cavalcante, com um quarto da preferência do eleitorado (25%). Dos demais, apenas a candidatura de Luciano Rosa, do PSOL, consegue somar 1% das menções."

Queda e crescimento
Em 11 de setembro, é divulgada segunda pesquisa do Ibope que veicula a informação: "Ao contrário da disputa para o Governo, a luta pela vaga de Roraima no Senado traz mudanças importantes nessa nova pesquisa eleitoral, com crescimento de Mozarildo, candidato pela coligação do Governador Ottomar, ao mesmo tempo em que a favorita, a ex-Prefeita de Boa Vista, Teresa Jucá, perde alguns pontos. Apesar disso, Teresa continua em primeiro lugar, com uma vantagem de 11 pontos percentuais sobre o principal concorrente, diferença fora da margem de erro."
Ou seja, o Ibope informa que em duas semanas, Mozarildo subiu mais da metade dos pontos que o distanciava de Teresa.

Se ajudou, ajudou Mozarildo
Em 28 de setembro. O Ibope aponta empate entre Mozarildo e Teresa, ambos 48%. Se a divulgação da pesquisa ajudou algum candidato em 2006, esse candidato chama-se Mozarildo Cavalcanti.
Em três dias depois, ele foi eleito com 55,2 em cima de 42,1 de Teresa Jucá.

Bola fora
A Folha de B. Vista errou, e feio. Os deputado Chico Rodrigues e Luciano Castro nunca tiveram envolvidos no caso gafanhotos.

Supremo derruba censura ao humor e à crítica
Todos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram manter a liminar que permite piadas com políticos em programas de humor e também libera críticas de jornalistas antes das eleições. Segundo o ministro Ayres Britto, presidente do TSE, “a imprensa e nela embutida a atividade do humor, é simultaneamente informativa, analítica, e portanto critica”. Em liminar concedida, Ayres Britto destacou que “não cabe ao Estado, por qualquer dos seus órgãos, definir previamente o que pode ou o que não pode ser dito por indivíduos e jornalistas”.

“Não há liberdade de imprensa pela metade"
O ministro entende que o exercício da liberdade de imprensa permite ao jornalista fazer “críticas a qualquer pessoa, ainda que em tom áspero, contundente, sarcástico, irônico ou irreverente, especialmente contra as autoridades e aparelhos de Estado”. Mas alerta que o jornalista responderá ” penal e civilmente, pelos abusos que cometer, e sujeitando-se ao direito de resposta”
Para Ayres Britto “não há liberdade de imprensa pela metade ou sob as tenazes da censura prévia, pouco importando o Poder estatal de que ela provenha”..

Sociedade livre
O ministro Celso de Melo fez uma defesa acalorada da liberdade de imprensa: “Ninguém ignora que, em uma sociedade livre, fundada em bases democráticas, mostra-se intolerável qualquer ensaio de interdição, ou de repressão, ou de imposição limitativa ao pensamento”, disse.

Papel é ser crítico
A Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão defendeu o trabalho dos humoristas: “Não há propaganda política na crítica. O papel da imprensa é de ser crítico, é de ser vigilante do poder”, diz nota da ABERT.

Decisão
Todos os ministros atenderam ao pedido da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão. A decisão do plenário permite que candidatos sejam alvo dos programas humorísticos, e os ministros também decidiram que comentários jornalisticos no radio e na TV podem fazer críticas e elogios aos candidatos.

Todo errado
O candidato Neudo Campos quer porque quer suspender no TRE a veiculação da coluna. Nesse afã, Neudo vem cometendo erros e exageros. Pede a suspensão da Opinião Formada por causa de um texto que não foi publicadado nela, e sim, na área de "Notícias". Noutra ação, pede suspensão da coluna sem detalhar qual ou quais as ofensas a ele publicadas na página.

Coisa velha
A estratégia de Neudo é velha e comum aos candidatos incomodados com informações e críticas publicadas na imprensa. A "fórmula" é sufocar a justiça eleitoral e o veículo de comunicação com ações que, de antemão, sabem que serão derrubadas, mas que poderão, em decisões liminares, suspender temporariamente a publicação de notícias e críticas. Em outras palavras, dar-se-á uma de "joão sem braço" para ver se cola.

Contrato de risco
É... trabalhar no contrato de risco e por amor é andar sem gasolina, falar sem crédito e bancar a própria bóia.

Qual a isenção?
O governador José de Anchieta não vai hoje à noite ao debate da TV Ativa. O motivo é simples, a TV Ativa é de propriedade de Robério Araújo, simplesmente o coordenador da campanha de Neudo Campos.