- 20 de agosto de 2025
Edersen Lima
De Boa Vista
Oportunidade perdida
Para quem vivia jurando inocência e prometia provar isso na justiça, o ex-deputado Neudo Campos perdeu ótima oportunidade ao renunciar o seu mandato e assim fazer com que o seu julgamento seja adiado, pois retorna do Supremo Tribunal Federal para a primeira instância em Boa Vista.
Não é chicana
Neudo nega que a sua renúncia tenha qualquer coisa a ver com chicana, que é uma estratégia de usar o direito de defesa para atrasar decisões da justiça.
Não foi chicana
Em 2005, Neudo procurou Ottomar Pinto oferecendo apoio político em troca de um cargo em alguma secretaria. Ele queria foro especial para que seu processo saísse da justiça federal em Boa Vista.
Impressão
Embora tenha sido veiculada no horário de propaganda eleitoral, a desculpa para a renúncia de Neudo não convenceu nem mesmo aliados e assessores que mais o admiram. Ficou aquela impressão de que, como estratégia de defesa para não ser julgado é válida, mas usar um argumento falso para isso causa desconfianças. "Pô, quem mente pode não cumprir o que prometeu", disse desconfiada uma assessora.
Há testemunhas
A estratégia de deixar o mandato para não ser julgado foi definida há mais de um ano por advogados de Neudo e a coluna, com base em testemunhas, informou isso várias vezes nos últimos meses.
Filme repetido
O vereador Telmário Mota comentou com a coluna que teme "por Roraima" caso Neudo se eleja governador. Segundo ele, a exemplo de dois prefeitos (Amajarí e Bonfim) que foram eleitos e depois cassados pela justiça, o mesmo poderá ocorrer com Neudo se ele for condenado.
E se por ventura o candidato do PP se elege, o processo que ele adiou retorna ao STF para julgamento sem qualquer empecilho para ser julgado. Condenado, Neudo perde o mandato e ainda poderá ir para a prisão.
Comprometimento
Leitores do jornal necessário estranham a "falta" de necessidade do veículo em repercutir o fato político mais importante até agora registrado na campanha eleitoral deste ano: a renúncia de Neudo.
Explicações
Em entrevista de rádio, o senador Mozarildo Cavalcanti disse que vai fundo na apuração da aplicação de recursos das obras de re-construção da BR-174. Para ele, a montanha de dinheiro gasto tem que ser explicada.
Orelha esquentou
E já que se falou em Mozarildo Cavalcanti, a orelha dele deve ter esquentado ontem pela manhã. Durante reunião com equipe que trabalha na campanha de José de Anchieta, o secretário Haroldo Amoras (Planejamento) revelou que na véspera de usa morte, Ottomar Pinto telefonou para a esposa Marluce Pinto e informou que iria anunciar o rompimento com Mozarildo por traição ao estado de Roraima.
Traição
A traição que Ottomar acusou Mozarildo foi a de trabalhar contra a transferência das terras, depois que ele se negou a atender um pedido "não meu, mas sim do estado", como disse o brigadeiro. O pedido que Ottomar fez ao seu então senador foi para que ele votasse a favor da CPMF. Havia um acordo entre o governador e o presidente Lula para que o processo de transferência das terras fosse deslanchado. Mozarildo negou o pedido informando a Ottomar que já havia dito que não voaria a favor da CPMF.
Sem moral
O governador Anchieta que estava na reunião, comentou perguntando: "Depois de tudo que o Ottomar fez por ele - o re-elegeu ao Senado - e ele se negar a um pedido que favorecia o estado, que moral ele tem para falar em traição e impor com quem o grupo deve ou não se aliar?"
Apoio de verdade
Ainda na reunião do PSDB com líderes de equipes, Anchieta pediu para que reforçassem a militância no sentido de eleger os dois candidatos do grupo ao Senado, Romero Jucá e Marluce Pinto. "Aquele senador que nos traiu eu não posso contar. Preciso ter dois senadores que apoie o estado verdade.", ressaltou.
Saia justa
Os principais candidatos majoritários da eleição deste ano estavam presentes ao grande culto comemorativo aos 95 anos da Igreja Assembléia de Deus em Roraima e ouviram o pastor Silas Malafaia pregar aos fiéis que não culpem as outras pessoas pela situação de dificuldades que possam estar vivendo, e sim, realizem exame de consciência e reconheçam que cada um é dono do seu destino. "A sua situação hoje é fruto do passado, daquilo que você fez."
Um político fiel que ouvia a pregação emendou para outro: "E que não responsabilizem o Ministério Público Federal, a Polícia Federal e a Justiça federal pelos processos que respondem.
Presentes
José de Anchieta, Romero Jucá, Angela Portela, Neudo Campos, Suely Campos, Marluce Pinto e outros políticos foram ouvir a pregação de Silas Malafaia.
Um sim, outro não
Ao sair do culto, Malafaia se despediu cumprimentando na saída o governador José de Anchieta. Ele não cumprimentou o candidato Neudo Campos.
"Chefe dos gafanhotos"
Falando em Neudo Campos, ao sair do culto um cidadão o criticou chamando de "chefe dos gafanhotos". Os seguranças do candidato não tiveram dó inconveniente crítico.
Neudo é réu em processo na justiça federal acusado de formação de quadrilha no escândalo dos gafanhotos.
Shrek atacando
Shrek não tem jeito. Aonde tem picaretagem, o ogro está dentro. Volta e meia ele consulta na Codesaima quais empresários tem precatórios a receber. Dia desses, ele perguntava sobre a situação do chinês Chhai Kwo Chheng. Queira oferecer seus serviços mediante à "módica" comissão.
Clima tenso
A situação na Aferr está em ponto de ebulição. Quem passar pela porta do diretor de administração e finanças, Chagas Duarte, ali colocado na cota pessoal do governador Anchieta Jr., encontrará o seguinte aviso afixado: "Meu Deus, dê-me sabedoria para entender o meu chefe, porque se me der força, eu vou bater nele". O chefe dele é o presidente Euclides Roberto.
Guarda carros
Se o governador Anchieta não tomar providências imediatas a situação na Aferr irá se deteriorar rapidamente. Euclides Roberto agora baixou uma norma recolhendo os carros sob a guarda de seus diretores. Só ele agora tem direito. Já tomou os veículos que serviam a Chagas Duarte e ao também diretor Laerte Ramires.