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OPINIÃO FORMADA

Choro de menino barrigudo


\"\"Edersen Lima
De Lisboa

Choro de menino barrigudo

O sempre centrado médico Augusto Botelho destrambelhou de vez como político. Acusou ontem ao se desfiliar do PT, a deputada Angela Portela de trair o seu direito de concorrer à re-eleição. Augusto parece com um daqueles milhares de meninos barrigudos que cuidou nesses quase 40 anos de Medicina.

Se o ainda senador não foi candidato à re-eleição o motivo não se deu à vontade da deputada Angela Portela. Com atuação pífia, sem brilho e sem grandes resultados, Augusto Botelho não criou nenhum clima favorável à sua candidatura à re-eleição. Nem as lideranças nacionais do partido, como o presidente da sigla, José Eduardo Dutra, nem os ministros petistas, nem o lobista José Dirceu vislumbraram qualquer chance de Augusto ser re-eleito.

O diretório regional agiu na praticidade. Colocou para as urnas quem tinha chances de eleição. Lhe ofereceu vaga para concorrer a deputado federal. Mas Augusto entendeu, birrou que só poderia "lutar por Roraima" sendo senador. Deputado federal não poderia ser.

Augusto é injusto e mal agradecido com Angela Portela. Se ele teve um mandado de senador, esse mandato muito se deve ao apoio que o então governador Flamarion Portela lhe deu concedendo as secretarias de Educação e Saúde para apoiá-lo. Augusto nega isso.

Em sete anos a história se repetiu. Um medico, um Botelho no Congresso e uma passagem pífia. A imagem que se guarda de Augusto no Senado, são as dele dormindo sono pesado durante julgamento da homologação da terra indígena Raposa Serra do Sol no Supremo Tribunal Federal. Outra, ele se escorando numa viga de madeira durante discussão de quem iria e não iria à reserva Ianomami. A imagem mostra Augusto a uns metros dos deputados federais que não se intimidaram com a proibição de visita, feita por um assessor de Lula, escorado de costas, com as duas mãos apoiando o corpo na viga. Como que não querendo entrar em polêmica.

A palavra traição implica em algo que foi tomado, prometido e não cumprido; em quebra de confiança. Até onde se sabe, Angela Portela nunca prometeu nada a Augusto. Quem lhe prometeu o viu que não tinha como cumprir foi a direção nacional do PT. No mais, é so choro de menino barrigudo.

 

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