- 20 de agosto de 2025
Edersen Lima
De Brasília
O exemplo de Mozarildo
Vendo o chororô do senador Augusto Botelho no fim de semana passado e a revolta do deputado Mecias de Jesus e sua pelegada que anda em procissão há quase duas semanas por blogs e redes sociais, me lembrei de como o senador Mozarildo Cavalcanti, adversário histórico de Ottomar Pinto, foi candidato ao Senado em 2006 com apoio do velho brigadeiro.
Mozarildo nunca figurou entre os 100 mais influentes parlamentares do Congresso e nem visto como grande líder político em Roraima, mas se elegeu e re-elegeu em cima da mobilização dos grupos em que esteve. Portanto, tem o que ensinar. Quem não observou, dançou.
Em 2006, completamente fora do grupo ottomariano, Mozarildo ainda tinha o deputado Chico Rodrigues, amigo de Ottomar e com melhor colocação nas pesquisas para o Senado. No entanto, a vontade de Chico em ser candidato a senador era só dele, da família e de alguns poucos amigos. O resto, gente até de dentro do seu próprio partido, o PFL - hoje DEM - preferia apoiar a re-eleição de Mozarildo.
Os irmãos Getúlio e Salomão Cruz, também adversários históricos de Ottomar mas que pularam para o seu barco depois que ele assumiu em 2004, apoiavam Mozarildo. Os chamados "filhos da terra" apoiavam Mozarildo e ele, com total desprendimento, ainda oferecia a primeira e segunda suplências para que Ottomar negociasse o que quisesse, como o fez.
Não queria cargos e nem fez indicações. Como Ottomar me disse aqui em Brasília na Representação do governo de Roraima: "É, ele é um senador barato". Cabe reforçar que o "barato" de Ottomar significava o oposto de caro. E quem conheceu Ottmar, vai lembrar como ele gostava de uma pechincha.
Pois bem, Mozarildo foi candidato da base governista em pouco tempo em que conviveu com Ottomar. Depois de re-eleitos houve afastamento natural dos dois e até pedidos de votação negados, um deles na véspera da morte de Ottomar. Mas o objetivo de ambos, o de Mozarildo em ter o apoio do governo, e o de Ottomar, em não deixar Teresa Jucá se eleger senadora foram atingidos.
Se Augusto Botelho e Mecias de Jesus não são hoje candidatos ao Senado não se deve à crueldade ou traição como acusam. Há, sim, erros dos dois, e um deles é básico: o de ser candidato de si próprio, coisa que Mozarildo não foi. Não vale contar amigos, assessores e pelegos.
Augusto teve sete anos para se viabilizar como o senador que o seus eleitores esperavam que fosse, como Roraima necessitava e como o seu partido, o PT, precisa. Não atingiu nenhuma dessas metas a ponto de não aparecer nenhum político para lhe defender o desejo de ser candidato novamente.
Mecias de Jesus optou pelo enfrentamento. Esqueceu que tinha 23 deputados estaduais e cinco federais dispostos a apoiá-lo. Brigando dentro da base governista, começou a perder esse apoio. Não firmou parcerias. Nenhuma com nenhum federal, e com estaduais, só promessas.
Não tinha como exigir que o seu partido, o PR, rompesse com a base onde desde sempre esteve, para que ele apoiasse outro candidato ao governo. Puro contra-senso.
Em suma, Augusto e Mecias não tiveram o que Mozarildo teve: meio mundo pedindo por ele. Hoje, é verdade, grande parte da base governista se arrepende de ter apoiado Mozarildo. Mas isso é outra história.
Show da pelegada
O elogio é sincero. A pelegada, em matéria de pelegagem, está dando show.
Fazendo jus
Conversando ontem com um jornalista amigo de longas datas do Fontebrasil comentei que dispenso os agradecimentos da pelegada por botá-la para trabalhar e fazer jus ao din-din que recebe.
Destaque
Entre os mais brabos, destaca-se com honra e louvor o "Censurador", sempre de prontidão e lustrado que só vendo.
Enquanto isso, pelo leite derramado...

Isso é Israel
Em alto-mar, nove mortos e 30 feridos. Nos quatro cantos do mundo, revolta e perplexidade por causa do ataque desferido pelo exército israelense contra uma flotilha com donativos para os palestinos refugiados na Faixa de Gaza. Os protestos se espalharam por todo o planeta.
Quem são os terroristas?
Israel é contumaz em atacar, matar e ferir e tudo fica por isso mesmo sem qualquer punição. O mundo se volta contra o Irã e é Israel que tem bomba atômica volta meia ataca. Por outro lado, com a passividade da ONU, grupos extremistas como a Al Qaeda são estimulados e ganham adeptos em todos os cantos do planeta.
Palmatória do mundo
Sob comando indireto do deputado Neudo Campos, o PHS que se transformar na palmatória do mundo político em Roraima. Depois de ficar no pé da base governista, o alvo agora são deputados estaduais que teriam feito, segundo o partido, uso indevido de espaços publicitários.
São pelos menos oito deputados que vão agora trabalhar dobrado para re-eleger José de Anchieta.
Recado
Quem pretende concorrer nas eleições de 2010 e atualmente exerce o cargo ou função de direção, administração ou representação em entidades representativas de classe, como é o caso de membros da Ordem dos Advogados do Brasil, Conselho Regional de Medicina, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, SINTER etc., devem se desincompatibilizar até o dia 3 de junho para evitar problemas no registro de candidatura.
Artigo
O advogado Rodrigo Costa assina artigo "Senador ou médico?" publicado neste Fontebrasil abordando a queixa de Augusto Botelho em ser preterido no PT para disputa ao Senado e como ele "traiu os mais de 70 mil votos" de eleitores que acreditaram na campanha "pé no chão" e "naquele homem que andava de ônibus pela periferia". Depois de eleito, nada de pé no chão e muito menos de ônibus com Augusto na periferia.
Perguntinha:
Demonstração de amizade é recíproca ou só deve ser de um lado?
Macaco Simão:
E o blog Sensacionalista mostra que o papa rebateu o Dunga: "Todo mundo gosta de sexo, até os padres". Aliás, eu digo: principalmente os padres. Rarará.
E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Fundo de pensão": lugar onde o companheiro guarda garrafa vazia, bicicleta e pneu velho! Rarará!!
Bater o ponto
Agora, ao trabalho pelegada!
Posteridade

Romero Jucá com a base governista fala sobre projetos para ribeirinhos do Baixo Rio Branco.