- 20 de agosto de 2025
Basta de Subserviência!
Famílias roraimenses enfrentaram contratempos nestes últimos dias em razão da falta de alguns de seus membros, que se encontravam presos por quase três semanas na penitenciária de Guaiparo, na cidade venezuelana de San Félix.
Essas famílias não receberam informações seguras sobre a verdadeira situação de seus familiares, que foram presos sem que estivessem praticando qualquer ato infracional, seja com relação à legislação brasileira, ou mesmo à venezuelana.
Faziam tão-somente o seu trabalho, como caminhoneiros que são. A acusação maior é que estariam praticando contrabando. Essa ideia cai facilmente por terra, vez que a documentação da carga que transportavam comprova que tudo era feito dentro da mais lídima legalidade.
Diante dessas considerações, a decisão das autoridades venezuelanas de manter os brasileiros presos pareceu um tanto arbitrária, pois não se sustenta em um fato palpável. Que a Venezuela não é nenhum exemplo de liberdades individuais, isso todos sabem.
O presidente Hugo Chávez tem dado sobejas provas de que pouco se importa com tais melindres. Mas, no caso de Roraima, esse absurdo fica um tanto difícil se aceitar.
Principalmente em se tratando de Estado amigos – Roraima e Bolívar –, que historicamente protagonizaram e protagonizam tantas ações de cooperação mútua em várias áreas – seja educacional, comercial, turística, entre outras.
É incompreensível, portanto, o fato de que sempre os roraimenses levam desvantagem ao adentrarem território venezuelano, apesar de promoverem divisas para o país. Não cabe dúvida que o dinheiro que mantém em ebulição o comércio de Santa Elena de Uirén é o Real, oriundo do bolso dos roraimenses.
Quando roraimenses viajam por estradas venezuelanas são constantemente parados nas alcabalas, de forma arbitrária e abusiva, achacados, sem que nada justifique a atitude dos guardas nacionais. Em contrapartida, em estradas brasileiras venezuelanos desfilam como donos.
Sem se arvorar de revanchismo, este Fontebrasil acredita mesmo que o princípio da reciprocidade deve ser aplicado. Se o Governo Chávez não leva os brasileiros em consideração, por que o Governo brasileiro deve contemporizar com os venezuelanos?
Esse episódio mostra, mais uma vez, a explícita falta de interesse das autoridades tupiniquins quando o assunto é resgatar brasileiros presos ou desaparecidos na Venezuela. Quem não se lembra do empresário brasileiro Vicente Aguiar Vieira, sequestrado naquele País?
Está na hora de as autoridades federais e estaduais deixarem de lado o complexo de avestruz, e fazer valer as convenções internacionais em defesa de seus filhos, tão aviltados e humilhados no exterior. Basta de subserviência!
