- 28 de maio de 2025
Brasília - O presidente da Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil de Roraima, Antonio Oneildo Ferreira, pediu, na sexta-feira, rapidez na condução do inquérito que apura denúncias de fraude contra o desembargador Mauro Campello e que corre no STJ. O pedido refere que, apesar de o desembargador estar sendo investigado por crimes de prevaricação e formação de quadrilha na área administrativa do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima - do qual era presidente -, ele conseguiu ser empossado, no cargo de presidente do Tribunal de Justiça do Estado. ''Ministério Público Federal e STJ têm a obrigação, mais do que qualquer outra instância, de tomar providências urgentes. O caso deve ser conduzido com prioridade máxima porque se trata da imagem do Judiciário'', afirmou o presidente da OAB de Roraima. Mauro Campello e sua família foram investigados pela Polícia Federal do Estado na operação Pretorium. O esquema investigado envolve o pagamento indevido de diárias, viagens fantasmas e fraudes variadas. Um grupo de servidores do TRE de Roraima teria forjado horas extras para dobrar salários e simulado viagens para receber diárias durante um ano e meio. Parte dessas despesas teria sido bancada com recursos destinados ao custeio das eleições do ano passado. A operação da PF resultou na prisão da esposa e da sogra do desembargador. Quatro servidoras do TRE e um motorista do Tribunal de Justiça de Roraima também foram presos com base na acusação de desvio de recursos públicos. No dia 16 de fevereiro, o desembargador Campello havia pedido licença de 30 dias alegando "motivos particulares". No entanto, antes que o prazo terminasse, o desembargador acabou assumindo a presidência do TJ de Roraima, "para a perplexidade da Advocacia do Estado". O inquérito sobre as irregularidades no TRE foi encaminhado ao STJ, por envolver um desembargador estadual, que tem foro privilegiado assegurado pela Constituição Federal. Na Corte, o relator do inquérito é o ministro Paulo Gallotti.