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Lula atribui "falha social" à herança de FHC

Sem citar nomes de críticos ou casos de denúncias de irregularidades referentes ao Bolsa-Família, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreu ontem ao maremoto na Ásia para dizer que "é mais fácil destruir do que construir". Rebateu críticas à política social e, indiretamente, à polêmica do ano passado sobre a fiscalização das contrapartidas, afirmando que "a verdade engatinha" e "a mentira corre".


ANA FLOR LUCIANA CONSTANTINO Sem citar nomes de críticos ou casos de denúncias de irregularidades referentes ao Bolsa-Família, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recorreu ontem ao maremoto na Ásia para dizer que "é mais fácil destruir do que construir". Rebateu críticas à política social e, indiretamente, à polêmica do ano passado sobre a fiscalização das contrapartidas, afirmando que "a verdade engatinha" e "a mentira corre". Aproveitou a solenidade de apresentação da Rede Pública de Fiscalização do Bolsa-Família, no Planalto, para, mais uma vez, dizer que o cadastro único herdado era "um monte de endereços" e reafirmar que alguns não consideram o dinheiro destinado aos pobres como investimento. "Quando se discute R$ 0,50 para uma política de combate à pobreza, muitas vezes isso tem mais repercussão, tem muito mais gente contra do que quando discute R$ 5 bilhões para ajudar outra coisa qualquer." No final de 2004, Lula e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso trocaram críticas, depois que FHC falou em "incompetência" do atual governo. Em setembro, também houve polêmica após o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) admitir que o governo não tinha controlado a freqüência escolar dos alunos do Bolsa-Família. A unificação dos programas de transferência de renda no Bolsa-Família ocorreu em outubro de 2003. Em 2004, denúncias de irregularidades atingiram o programa, e o governo, que alegava questões pontuais, decidiu investir no aumento da fiscalização. Lula não se referiu às denúncias. "Todos nós aqui, quando éramos pequenos, ouvíamos nossas mães dizerem que é mais fácil destruir do que construir. O último exemplo foi esse maremoto que teve na Ásia, ou seja, tudo que foi construído durante séculos foi destruído em poucos minutos." Ao falar da dificuldade em distribuir renda a 6,5 milhões de famílias, Lula criticou o cadastro social do governo anterior. "Nós tínhamos um monte de endereços em que a gente não sabia se era aquela pessoa que precisava ou que não precisava [do dinheiro]." Hoje, Lula visita a fábrica de celulose Veracel em Eunápolis (BA). Desigualdade Petistas históricos e integrantes de ONGs lançarão um movimento de combate à desigualdade econômica e social no país no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre (RS). A ABCD (Associação Brasileira de Combate à Desigualdade) reúne o ex-deputado Constituinte pelo PT Plínio de Arruda Sampaio e o presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, entre outros.

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