- 20 de agosto de 2025
FB:O príncipe Harry, 20, da Grã-Bretanha, está nas páginas do mundo inteiro porque foi fotografado numa festa com uma camisa nazista, e teve até que pedir desculpas por isso. Não há um exagero tanto da imprensa - em dar publicidade - como na sociedade em condenar, mesmo uma celebridade como ele, por usar uma tarja suástica? Será que não há coisa mais significativa existente para se preocupar e protestar? AROLDO:Hitler não pode ser negado nem esquecido. Um baile à fantasia presume irreverência e originalidade. Quem pode afirmar que Harry fazia apologia ao nazismo? Será que seu ato não foi uma forma irreverente de lembrar e criticar o holocausto? Se ele tivesse se fantasiado de Nero, Calígula, Jesus Cristo, Osama Bin Laden ou Joana D´Arc não causaria o mesmo furor nos tablóides ingleses? Em junho nosso presidente e sua esposa caracterizaram-se de caipiras para uma festa junina; a imprensa tupiniquim tentou, mas não logrou êxito ao tentar ridicularizar o acontecimento. Não esqueçamos que príncipes, presidentes, primeiros-ministros, ou seja-lá-o-que-for são seres humanos normais e, como tais, têm direito a divertir-se. O mundo pegando fogo e a imprensa mundial preocupando-se com ninharias. Importante destacar que o príncipe pediu desculpas "SE" ofendeu a alguém. ELIAKIN:Não há nenhum exagero em denunciar e criticar duramente a atitude do príncipe. O príncipe errou. Seu pedido de desculpas é pouco. O erro é mais grave ainda por ser ele uma celebridade. Com nazismo não se brinca. O príncipe não sabe os horrores vividos por Olga Benário Prestes e pelos milhões de judeus sacrificados. Espero que tenha sido apenas uma brincadeira de mau gosto. FB:Tá certo que o nazismo causou um mal irreparável ao mundo,principalmente aos judeus, mas o mesmo combate não é feito, por exemplo, dentro dos Estados Unidos com seitas como a Klu Klux Klan que já matou - e ainda mata - milhares de negros por lá. A própria política "dente por mil dentes" de Israel quando ataca com mísseis áreas residenciais na faixa de Gaza não recebe o mesmo tratamento de protesto mundial. Não há um disparate nisso aí? AROLDO:Os americanos, em dois atos programados covardemente, liquidaram milhares de pessoas em Hiroshima e Nagasaki; Napalms e o agente laranja mataram, direta e indiretamente, milhares de civis inocentes no Vietnã; as Cruzadas, em nome de Deus, dizimaram povos que não professavam o cristianismo; os espanhóis varreram do mapa as civilizações inca, maia e asteca; os europeus escravizaram milhões de negros africanos; os portugueses mataram e subjugaram milhões de índios brasileiros; o governo brasileiro, num ato vil e covarde, liquidou Antônio Conselheiro e seus seguidores; a "Redentora" (Revolução de 1964) torturou e matou centenas de pessoas; judeus e palestinos matam-se todos os dias... Hitler existiu, mas os fatos citados acima, e muitos outros, não devem ser suplantados pela insanidade do Fürher. ELIAKIN:Não dá para comparar nem hierarquizar quem é o pior ou o melhor quando o assunto é morte e assassinato. Não existe o bom ladrão nem o bom assassino ou o menos pior. Qualquer violência contra o homem, qualquer ataque contra a vida, qualquer violação dos direitos fundamentais merecem não só o nosso protesto como o nosso repúdio e nojo. FB:Por outro lado. Há até de se desconfiar que a tal máxima do falem mal, mas falem de mim possa ter aparecido nesse caso do príncipe Harry. Será que ele não sabia das conseqüências da sua indumentária? ELIAKIN:O que se pode esperar de um príncipe inglês? Que ele seja politicamente correto? A indumentária e a atitude dele revelam bem a "boa educação" da família real inglesa. AROLDO:Penso que há muito furdunço por nada. O príncipe Harry, antes de ser príncipe, é um ser humano. Se tiver que pensar toda a vida nas conseqüências que atos tão insignificantes possam acarretar, melhor seria isolar-se atrás das paredes do castelo de Buckingham. Os paparazzi e a imprensa de modo geral deviam preocupar-se com coisas mais importantes. FB:O que é mais feio: O nobre inglês que veste uma camisa nazista ou o filho do presidente que publica na internet as fotos da festa que promoveu graças à "carona" em avião da FAB que levou os amigos para o regabofe? Vocês sabiam que o filho do Lula está sendo chamado aqui em Brasília de Tsunami Jr.? O apelido cai bem? AROLDO:Claro que o ato do filho de Lula é mais relevante. Usar o patrimônio público para divertir amigos e tirar sarro da cara dos otários brasileiros ao publicar fotos na internet deve ser cobrado. Como agirá o governo? Será que usará da mesma contundência usada com Benedita da Silva quando da viagem para um café da manhã em Buenos Aires? Não sabia do apelido nem sei em que contexto ele é aplicado, assim não opinarei sobre o assunto. ELIAKIN: Não dá (e nem precisa)comparar as atitudes dos dois. Claro que o mais feio o príncipe inglês ostentar uma suástica no braço do que o filho do Lula fazer uma festa com os amigos. Aliás, os aviões da FAB sempre deram carona para civis em todo o Brasil, principalmente na Amazônia. O apelido não cai bem. Tsunami é a lembrança de um tragédia. Não deve ser usado nem de brincadeira.