OPINIÃO FORMADA

Edersen Lima, Editor CONDENADO E INELEGÍVEL A coisa está feia para o lado do deputado Eliseu Alves. Condenado pelo TCE a ressarcir R$ 397 mil aos cofres públicos por desvio no Fundef, Eliseu ainda pode não disputar a reeleição. É que na mesma decisão aprovada por unanimidade pelos conselheiros, foi incluído pedido ao Ministério Público Eleitoral afim de torna-lo inelegível. DÁ NISSO A morosidade em se julgar contas públicas dá nisso. Eliseu Alves teve as contas de 2000 reprovadas, ou seja, o TCE levou três anos para julgá-las dando tempo para que ele concorresse a deputado estadual e assim ficasse imune a qualquer pedido de condenação, amparado pelo corporativismo que há dentro não apenas da Assembléia Legislativa de Roraima, mas em todas as ALEs. MOROSIDADE Há duas semanas, foram as contas de Teresa Jucá referentes ao exercício de 1994. Dez anos depois ficou certo pelos votos dos vereadores que derrubaram parecer do TCE, que as contas de Teresa estavam "ok". E se o relatório condenando-a tivesse sido acompanhado pelos vereadores? MOROSIDADE 2 Ainda sobre Teresa, em 8 de maio de 2001 ela foi condenada pelo TCU na prestação de contas referentes a equipamentos e materiais para o Hospital Santo Antônio, construído parcialmente no seu primeiro mandato (1993-1995). O processo está em Boa Vista há um bom tempo e ainda não foi decidido definitivamente pela Justiça Federal. COM ISSO... ...enquanto ocorrer lentidão demasiada nas cortes de contas e judiciais em julgar a contabilidade de políticos, vamos continuar convivendo com notícias dessas publicadas acima. Isso só incentiva a prática da prevaricação e corrupção com a coisa pública. CONTAGEM REGRESSIVA Falando em Justiça. Agora que o ex-governador Flamarion Portela não pode mais contar com o apoio da ALE para que o seu processo no STJ fique congelado, o clima é de contagem regressiva. Regressiva para o recesso forense de fim de ano que inicia-se em 15 de dezembro, daqui a 20 dias. INSENSATO A deputada Suely Campos (PP) considerou inadequadas as declarações do ministro Márcio Tomás Bastos (Justiça) defendendo a reserva contínua para Raposa/Serra do Sol, quando mais de 90% das comunidades indígenas que habitam aquela região não aceitam o isolamento com a sociedade não-índia. "As palavras do ministro só acirraram os ânimos entre os índios da Raposa/Serra do Sol. Isso demonstra claramente o quanto o governo federal não conhece o que e passa em Roraima", disse. CIÚME Bem humorado, o deputado Luciano Castro disse ontem à coluna que a adesão do PL ao governo Ottomar Pinto foi natural. "Acima de composições políticas, estão os interesses do estado. Roraima vive um novo momento. União é a palavra de ordem e é isso que o PL vem pregando há muito tempo". Para o deputado, destoar da união em torno de Roraima é fraqueza de espírito ou ciúme. PRIMEIRO A BASE No jantar na casa do presidente da Assembléia, Mecias de Jesus, onde ficou selado a composição PL e governo estadual, Luciano Castro defendeu junto a Ottomar Pinto que, primeiramente, acomodasse a base de correligionários que o acompanhou durante todo o processo em que lutou na Justiça Eleitoral para assumir o governo, e depois analise a formatação com as novas adesões. "Não faltam profissionais preparados no grupo do governador para auxiliá-lo na sua administração", disse Luciano. REMAKE Pra quem viu, achou coisa parecida com remake de propaganda. "Novos tempos e novos rumos" é slogan feito para o governo de Roraima, e que já teria até VT pronto na produtora Alto Astral. Expressões como "novos tempos", "novos rumos" e "novo governo" foram bastante usadas assim que Flamarion assumiu no lugar de Neudo Campos. O slogan proposto ainda não foi aceito. NITROGLICERINA A Polícia Federal faz segredos com o teor dos depoimentos prestados pelos sete presos da Operação Faraó. O resultado, segundo advogados ouvidos pela coluna, pode ser nitroglicerina pura, como diria o ex-presidente Fernando Collor. EFEITO BORBOLETA Isso não tem nada a ver com sair do armário. A teoria do caos diz que o simples abanar das asas de uma borboleta pode causar um tufão no outro lado do mundo. Em Roraima, efeito borboleta pode ser reconhecido pelas iniciais RJ. Ou seja, no estado, tanto para o bem, como para o mal, tem a asinha dele abanando. PESO DO VICE Embora não votem, funcionários do TCE estão divididos quanto à preferência pelo nome do futuro presidente do órgão. "Tudo o que queremos é mudança administrativa que reconheça o nosso trabalho", disse um servidor concursado. Estão no páreo os conselheiros Manoel Dantas e Reinaldo Neves. A indicação do vice na chapa dos dois pode ser fator preponderante na decisão do pequeno colegiado. MANDATO ÚNICO DEPOIS DA REELEIÇÃO No almoço de ontem com a bancada do PMDB na Câmara, Lula criticou o mandato presidencial de quatro anos com reeleição. Disse que preferia um mandato único e corrido de cinco anos e admitiu que isso poderia estar no projeto de reforma política a ser votado em 2005. Lula, é claro, não estava abdicando da reeleição em 2006. CLÁUDIO HUMBERO: "Um gentleman - O famoso gravador Carlinhos Cachoeira é um cavalheiro. Até adota um lema próprio de pessoas educadas: "Não se prenda por minha causa." MACACO SIMÃO: "E hoje o Bush encara o peru e solta a franga. Dia de Ação de Graças. E todo ano ele concede perdão presidencial para um peru. O peru não vai pra panela. Deveria ser o contrário: peru não perdoa e manda Bush pra panela. Rarará!"