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Manaus 335 anos - De porto de lenha a melhor cidade do Norte

Entre o progresso e o contraste de problemas sociais, Manaus completa 335 anos neste domingo 24 de outubro despertando fascínio, interesse, admiração, sonhos, desenvolvimento, esperanças, mas também medo e desconfiança por parte daqueles que aqui nasceram ou simplesmente a escolheram para viver.


Entre o progresso e o contraste de problemas sociais, Manaus completa 335 anos neste domingo 24 de outubro despertando fascínio, interesse, admiração, sonhos, desenvolvimento, esperanças, mas também medo e desconfiança por parte daqueles que aqui nasceram ou simplesmente a escolheram para viver. Para senadores, deputados e vereadores que mandam à população manauense uma mensagem de parabenização, independente dos motivos, a cidade sempre recebe de "braços abertos" aqueles que a escolheram para viver, seja por nascimento, opção ou por profissão, atraídos pela promessa de dias melhores, proporcionados, no passado, pelo ciclo da borracha, e nas últimas décadas com o advento da Zona Franca, até hoje responsável por 95% de toda a arrecadação tributária do Amazonas. Para o senador Gilberto Mestrinho (PMDB), por exemplo, o que mais lhe chama a atenção nos últimos anos é o crescimento populacional. Para o senador Gilberto Mestrinho (PMDB), por exemplo, o que mais lhe chama a atenção nos últimos anos é o crescimento populacional. Na sua avaliação, a oportunidade de empregos gerados pela Zona Franca foi o principal incentivo para a ocorrência do êxodo rural e vinda de pessoas de outros Estados para Manaus. "Manaus viveu ao longo de sua história duas fases distintas. A riqueza do ciclo da borracha e, logo depois o declínio, quando nossa matéria-prima foi contrabandeada para a Malásia. Depois a cidade renasceu com a Zona Franca e, hoje, tem uma população de quase dois milhões de habitantes. O crescimento populacional foi extraordinário. Nesses últimos 20 anos, a cidade melhorou a economia, construiu escolas e hospitais e a qualidade de vida da população melhorou. Isso trouxe um grande fluxo migratório, o crescimento desordenado. Acredito que estamos vivendo um período de desenvolvimento. Parabenizo a população de Manaus pelo 335º aniversário. Desejo felicidades a todos aqueles que amam esta cidade", comemorou Mestrinho. Cidade de contrastes Na Assembléia Legislativa, o presidente Lino Chíxaro (PPS) e o deputado José Melo (PRP) foram unânimes em afirmar que a cidade cresceu e se modernizou, melhorando a qualidade de vida da população, mas ainda não conseguiu superar problemas sociais graves por falta de planejamento. De acordo com Chíxaro, Manaus é uma cidade cheia de contradições, porque experimentou o maior fluxo migratório que nenhuma outra cidade viveu. Para ele, o que era apenas uma pequena cidade amparada pelo extrativismo, se transformou numa cidade industrial e junto com a industrialização vieram problemas como o crescimento populacional exagerado, as invasões e a desigualdade social brutal na periferia. "É uma cidade que possui um grande potencial e que pode se transformar numa capital produtiva, oferecer oportunidades para a população. Para mim, o que falta na administração de Manaus é alguém com a visão de estadista para planejá-la para o futuro. Ninguém nunca pensou sobre Manaus que é um amontoado de experiências improvisadas", afirmou. Na avaliação de José Melo, ao longo da história, Manaus foi uma cidade que viveu fases interessantes. Mesmo encravada no seio da floresta amazônica, ela já foi a cidade brasileira mais cosmopolita, lembrando o período áureo da borracha, época em que para cá vinha toda a cultura francesa para os grandes eventos culturais realizados no Teatro Amazonas. Com o declínio da borracha, a cidade ficou anos na escuridão, abandono e sem desenvolvimento, renascendo a partir da criação da Zona Franca. "Hoje Manaus é uma bela cidade. É a metrópole da Amazônia Ocidental, a maior cidade do Norte do Brasil, conhecida no mundo todo por conta do grande trabalho que foi feito ao longo dos últimos 20 anos. Mas, existe também o contraste de uma outra Manaus, das palafitas da pobreza, da miséria, daqueles que não têm emprego, que se alimentam pouco, uma Manaus de invasões sucessivas. Essa outra realidade serve de parâmetro para todos nós que vivemos na Manaus rica e desenvolvida, devemos ter cuidado para não cometermos os erros que o Brasil cometeu em algumas regiões ao concentrar a riqueza somente numa parte geográfica e o país é, hoje, o segundo país no mundo em termos de desigualdades sociais. Crescimento Na Câmara Municipal, o presidente Paulo Nasser (PSC) também parabenizou a cidade e sua população por mais um aniversário. Ele disse que Manaus teve várias fases de crescimento, como o ciclo da borracha quando experimentou a primeira fase de crescimento econômico e social. Depois veio a segunda fase, quando Manaus era projetada para 500 mil habitantes e, atualmente, conta com quase dois milhões de moradores. "A cidade tem voltado as costas para o nosso maior patrimônio, que na minha avaliação e o rio Negro. Agora, vivemos um crescimento desordenado para as zonas Leste e Norte, com invasões e irregularidades. Mas, tiramos proveito desse desenvolvimento. A cidade cresceu com o advento da Zona Franca, chegando a gerar até 90 mil empregos direto, com a sua produção constante e o aquecimento de vendas no comércio. Com isso a cidade atraiu um fluxo muito grande de pessoas. Tudo isso contribui para sermos uma cidade grande que também abriga grandes problemas. É verdade que os nossos administradores nos últimos 20 anos têm dado um implemento maior, na tentativa de construir um sistema viário e apesar da frota de 20 mil veículos que entram em circulação por ano, a cidade tem obtido progressos. - A cidade está limpa e bonita, mas não podemos esquecer os nossos mananciais, os igarapés, a área portuária que embeleza muito a cidade e pode ser um cartão de visita para uma fonte de riqueza que é o turismo. Temos todas as condições para gerar emprego e renda através do turismo. Augusto Costa (Especial para o Em Tempo)

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